(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
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16 fevereiro 2006

Balanço de Férias (Entre altos e baixos)

Deram saudades:
  • Sol o tempo todo, temperatura em média de 38º à sombra;
  • Lagosta, camarão, pizza, crepe, picanha na manteiga, spaghetti;
  • Piscininha de plástico de 7.000 L que fez a alegria da casa nos fins de tarde;
  • Orla de Macaé bonita, muito bem iluminada e com as obras impecavelmente finalizadas;
  • Amizades novas e antigas, encontros cybernéticos;
  • Rave na praia com os melhores DJ's do mundo - Fishbone (Jeribá) com direito a pôr-do-sol de Búzios;
  • Promoção da South da Rua das Pedras (Búzios) - roupas boas e descoladas por menos de R$ 20,00;
  • Salão de beleza bom e barato em Cavaleiros - R$ 12,00 pé e mão;
  • Excelente infra-estrutura de palcos, telões, barraquinhas e estacionamento do FestVerão de Macaé;
  • Taxista gente boa de Macaé;
  • Ônibus pontual na rodoviária do Rio.
Ninguém mereceu:
  • Ar condicionado desligado nos estabelecimentos comerciais;
  • Pneu furado;
  • Trânsito de Búzios;
  • Trânsito de Rio das Ostras;
  • Jeribá lotada;
  • Água do mar congelante (aproximandamente 8ºC) em todas as praias;
  • R$ 275,00 por uma saída de praia da Rosa Chá;
  • R$ 200,00 por um jantar a dois no Ilhote Sul de Macaé (mas maravilhoso, diga-se de passagem);
  • Prazo de processo correndo no meio das minhas férias;
  • Várias brigas no show do Kid Abelha do FestVerão de Macaé;
  • Areia suja e preta do parque de exposições do Fest Verão de Macaé;
  • Cachorrinho Yorkshire da vizinha roubado na porta da casa dela, na minha frente (e eu não percebi que ele estava sendo roubado);
  • Engarrafamento monstro na Ponte Rio-Niterói às 06h da manhã;
  • Quiosques fechados na praia de Cavaleiros;
  • 2 kg a mais na balança...
Além de todas estas coisas maravilhosas e nem tão boas assim - e olha que foi muito acontecimento pra 08 dias só - ainda teve O CASO DO DOCUMENTO DO CARRO (ou melhor, da falta dele)...

Pra variar, meu amor perdeu o documento do carro. Calma, ele nunca tinha perdido o documento do carro, mas a sua carteira de identidade, foram 07 vezes... Tanto que ele desistiu de pedir a 7ª via e agora só usa a CNH como identidade. Enfim, perder o documento do próprio carro é fato grave e que pode trazer inúmeras conseqüências para o condutor do veículo em questão: apreensão, multa, taxa para expedição de 2ª via, fila para vistoriar novamente o carro, etc, etc e etc. Tá, mas também ninguém mandou querer ir no Cabo Folia em plena 5ª feira, na noite em que eu estava viajando pra Macaé. (Acho que foi de tanta reza braba minha que ele não conseguiu comprar o abadá... hehehe)

Na 6ª de noite, resolvemos pegar praia em Búzios no dia seguinte, sábado, com um casal de amigos mineiros, residentes em Macaé. Por um lapso momentâneo, meu amor esqueceu-se da condição de "sem lenço nem documento" e ofereceu para ir no seu carro. Alertei-o sobre o perigo de rodar sem o documento do carro, mas como todo bom aquariano, é claro que ele nem deu atenção a minha sensatez - já que as idéias devem sempre partir da cabeça dele. (Maldita hora que eu me esqueci deste "pequeno detalhe"...)

É claro que no meio do caminho - ou melhor, no início do caminho, pois nem em Rio das Ostras estávamos ainda - tinha uma BLITZ. Cerca de 06 policias rodoviários atravancando o trânsito e parando alguns carros. É claro que o amor teve que ficar nervoso, gesticulando, tirando o óculos escuros e abaixando os vidros do carro, repetindo: "Ihhhh, vai me parar, vai me parar...". E é claro que o guarda, ao perceber as atitudes desanimadoras do condutor do carro preto fez sinal com as mãos, solicitando a parada no acostamento.

Neste ponto, mister ressaltar que o nobre engenheiro químico, condutor do veículo negro, tentou ludibriar o policial rodoviário velho de casa com o "Recibo de Transferência" do automóvel, e que, no exercício de sua função, o oficial recusou-o, solicitando o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), ou seja, o fatídico documento perdido. Ante à resposta do amor, solicitou o guarda para fazer uma revista no automóvel, em busca de drogas - fato motivador primordial da existência daquela Blitz.

Obviamente que não encontrou sequer uma "ponta", tendo em vista que somos pessoas 'caretas' neste sentido da palavra. No entanto, a falta do CRLV fez com que meu namorado fosse conduzido, sozinho, à sede da Polícia Rodoviária, logo ali na beira da estrada mesmo, para "conversar com o capitão, ver o que ele decide, pois falta de documento do carro é motivo para multa e apreensão do veículo" - segundo palavras do próprio policial. Neste ponto, note, caro leitor, que o amor fora conduzido ao local sozinho, onde ficou sozinho, sentado com o capitão e mais um outro guarda - que não participou da revista - com a porta trancada. Eu mais o casal do lado de fora. A conversa lá de dentro rendeu, pois só fomos liberados uma 1/2 hora depois.

Ante à falta de documento do veículo, o capitão deu o seguinte veredito:
- Tendo em vista que o senhor está sem o CRLV, comprovante de pagamento de IPVA e Seguro Obrigatório, terei que realizar a apreensão do carro, A NÃO SER QUE...
(Se é que vocês me entendem $$$...)
De forma incisiva, o amor respondeu:
- Então o senhor me faça o favor de ME MULTAR E APREENDER MEU CARRO. Mesmo porque eu estou errado mesmo de não ter o documento em mãos. Ainda não fiz o B.O. pois perdi o documento ontem, e ainda estou em tempo de achá-lo. Além do mais, a despeito de meu carro ter placa de Belo Horizonte, trabalho e resido aqui em Macaé já há 03 anos e 1/2, na Empresa X, estou com um colega e sua esposa que também trabalham na Empresa Y e residem aqui, e ainda, minha namorada está no carro, e a mesma é ADVOGADA, e ficaria muito chateada comigo se eu agisse de forma diferente da que estou agindo.

O capitão assustou ao ouvir aquelas palavras, não esperava tal reação do mineirinho; recostou-se no espaldar da cadeira, pensou por uns instantes, e então liberou o carro, mas aconselhou-nos a não seguir viagem, "pois os policiais das outras Blitz montadas mais adiante na estrada poderiam não agir da mesma forma condescendente" que ele.

No final das contas, retornamos para Macaé, pegamos o carro do nosso casal de amigos, e fomos, sem maiores intercorrências para Búzios.

Quanto ao CRLV, estava dentro do carro, entre a alavanca que move o banco para frente ou para trás, e o chão do veículo, e só foi encontrado 02 dias depois, só porque o pneu furou e o carro sujou, precisando de uma geral.

Ufa!
E estes foram os 04 primeiros dias de minhas férias! Pelo menos, como diria minha mãe (que diz que assim diria minha bisavó), "entre mortos e feridos, salvaram-se todos"!


Beijos nostálgicos a todos...

Ana Letícia.