Um blog sobre uai, sô, véio, contos, causos, sentimentos, pão-de-queijo, crônicas, broa-de-fubá, cinema, literatura, fotografia, arte, poesia...
* Agora em novo endereço: www.mineirasuai.com *
31 outubro 2007
29 outubro 2007
Em Movimento
Ao lado, um mar, ondas de azul, musgo, esmeralda, pra lá, pra cá. Oceano pronto prum mergulho, navegação, pescaria de sonhos, cometas, quem sabe fisgar uma estrela, e fazer dela meu abajur?
A chuva refresca minhas secas retinas geladas, ar preso no peito que aperta e cresce e dói, e se verte em berros mudos de água e sal. Vapor d’água que sobe e acaricia meus pés, brota do chão e faz cócegas nas pernas, brinca em meu corpo cansado, entregue ao calor. O mesmo corpo jogado de lado, esgotado após o encontro com o seu. O mesmo corpo bóia no céu de brigadeiro de colher, e mergulha em busca de faíscas de ouro granulado, pequenas pérolas que você larga no caminho.
Ensaio não é hora, e nem lugar. Merda pra mim, e que se acendam as luzes e se abram as cortinas. Subi no palco e vou dançar. Olhei através do vidro, vou me jogar. Quero o mar todinho pra mim, todas as montanhas, o ar, as estrelas e o infinito é meu também. Me passa um pôr do sol? Me empresta aquela curva e o laranja pra brotar? Uma nuvem pra apagar, e a chuva a descolorir... Ao lado um riacho e uma casinha branca, com árvores e cancela, porta, janela, e caminhozinho de pedras. Vou correndo na frente, com um cesto de flores na mão, e já estou lá, acenando, a te esperar.
Cansei de catar coquinho. Melhor é respirar.
Ana (texto e foto).
26 outubro 2007
João Lenjob: Romeu e Julieta
Hoje é a estréia do nosso colunista semanal, de todas as sextas-feiras: com vocês... João Lenjob!
Pintou um Mineiro na área! Sou o primo chato (*) da super talentosa (**) Ana, a mineirinha que escreve por aqui. Alguns leitores aqui já me conhecem até pessoalmente. Para os que não, sou também escritor, autor do livro "O Cavalo Livre de Tróia", dentre outras escrituras encontradas por aí. Informo ser um enorme prazer compartilhar com esta querida prima o prazer da Literatura...
Abraços a todos!
João Lenjob
http://www.lenjob.blogspot.com/
joaolenjob@yahoo.com.br
Marcadores: Coluna, Crônica, João Lenjob, Prosa do Poeta
22 outubro 2007
Da dor de amar demais
Poderia me abstrair de tudo e dizer, e acreditar, simplesmente, que me basta um amor tolo, como o tempo de duração do filamento de uma lâmpada comum, tácito, plácido, de desejo, pura e simples, explícito em tons pastéis, lânguido e preguiçoso. Não, não posso. Não sou assim.
Não costumo economizar. Há de sobra empolgação, falta de noção. Sou moça de horas, de dias, de anos, anos-luz. Mulher da dor de se amar demais, de se entregar, de ser perfeccionista com tudo o que faço e sinto.
Não há nada pela metade. Meias-palavras, meia foda, meia-calça. Meia-luz, pode até ser. Mas nem 8, nem 80. Ou é ZERO, ou é CEM. E vou de 1 segundo a 1000 km/h (e vice-versa) de olhos fechados, na fração de um momento, na feição, na emoção, no olhar, na letra, na ponta dos pés, no pingo do i. E é aí que mora o perigo!
E de tanto querer, há tanto sofrer. Tanta responsabilidade, tanta dor. E há tanto prazer... E há o lembrar, e há o sentir, e há o cheirar, e há o gostar. Pois não há amor sem gosto, lembrança sem cheiro, música sem gozo.
E depois daquele beijo, há a quebra. Há o limite ultrapassado, e tudo se torna tão bom quanto uma fotografia perfeita, a luz que aquece e ilumina seus loiros pêlos, como num quadro de um filme, como um filamento de ouro deliberadamente largado, esquecido, sobre suas vestes... E tudo fica tão engraçado quanto numa comédia de palhaços tristes, tão natural quanto deitar na relva e sentir o cheiro da chuva, acariciar seu cão, dormir abraçadinho, mesmo quando não se está com sono, comer banana com queijo e lamber o fundo do prato até não sobrar um resquício de amor sequer.
Ana.
--------------------------------------------------------------------------Novidade no Mineiras, uai!
O primo e poeta João Lenjob será nosso cronista de todas as sextas-feiras (ao menos é o que ele promete...), com estréia prevista para o dia 26/10!
Quem viver... verá!
Foto: Ipê Amarelo - Por: Ana.
Marcadores: Ana, devaneios, João Lenjob, Novidade
19 outubro 2007
PROJETO MACABÉA
"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam." (Clarice Lispector - A Hora da Estrela.)
E não é que o projeto está começando a sair do papel? O Macabéa está começando a tomar corpo, forma, cores, rostos, nomes. E tem tudo para ser um sucesso... Sabem por quê?
O Macabéa será, de início, um site/blog que tenha a capacidade de ser uma revista sem deixar de ser um simples blog. Será um portal especializado na divulgação e discussão das tendências do meio e das inovações na criação artística. Um projeto que tenha a aptidão para ser um portal cultural sem se perder em armadilhas técnicas e dificuldades operacionais. Que possa ser divulgado com facilidade e tenha a destreza de reunir pessoas afins e leitores desavisados. Que sirva para Josés e Serafins, para blogueiros viciados a poetas, literatas, artistas, estudantes e jovens em fase de inclusão digital. Acima de tudo nosso projeto deve gerar conhecimento, entretenimento, interatividade, inovação e um perfume de cidadania. (Palavras do pai da coisa: André Oliveira.)
Gostaram? Pois então aguardem as cenas dos próximos capítulos...
Ana.
Marcadores: Ana, André Oliveira, Blogosfera, Cultura, Projeto Macabéa, Utilidade Pública
16 outubro 2007
Página em Branco
Me fita
Me encara
Me ameaça
Foge
Some
Desaparece no limbo.
Dedos deslizantes em toques rápidos e suaves
Prazer, barulho, idéias
Prazer
Leve pressão, mera impressão.
Paro um pouco...
Sigo em frente, o movimento não pode parar.
A dança continua, aqui, ali.
Página em branco.
Página em branco e preto.
Arquivo.
Salvar.
Sair.
Off.
Ana.
04 outubro 2007
Coisinhas
*** UPDATE 05.10.2007 ***
- A Lila do "Bem Família" mandou mais este selo de presente pra nós:
Valeeeeeuuuuuu!!! :-DMineiras, Uai!
Marcadores: Blogosfera, Cultura, Erika Murari, Marília Alvarenga, Mônica Montone, Poesia, Teatro, Utilidade Pública
02 outubro 2007
Mundo Animal
Um belo dia, Suru-Barão e primeira-dama resolveram viajar, para ver de perto e participar, pela primeira vez, da pororoca do Amazonas. Eles eram muito ligados a esportes radicais, sabe como? Não deu outra: Peixe-filho e Peixete resolveram dar umas voltinhas, e ir a uma festa do povinho popular da "Faculdade de Predadores Fluviais - curso só para Surubins, Jacarés-do-papo-amarelo e Cia Ltda.". Festa estranha, gente esquisita. O pessoal resolveu puxar um fumo feito de uma alga importada da Índia, e daí saíram a vagar pela imensidão do rio, para praticar uma de suas maiores diversões: correr atrás azucrinando cardumes de lambaris-catadores-de-lixo. Seus pais sempre disseram para que ficassem longe das drogas, e não andarem sozinhos à noite com gente estranha... Mas, filhos são filhos, não é? Nunca escutam o que os pais falam...
O que aconteceu? Perderam a turminha de vista na "viagem astral" causada pelo fumo, e daí avistaram objetos estranhos. Pensaram ser delírio, pois nunca tinham visto nada parecido com aquilo... Uma luz piscando, além da superfície, parecia uma segunda Lua... Barulho de tapas na água... Um enorme gancho com um peixinho nunca dantes comido... Foram chegando perto... Uma espécie de caixa feita com objetos compridos e ocos, cheios de ar, verdes e transparentes, enfileirados... Pareciam garrafas, sabe como? Mais perto... Peixete estava curiooooosa!!! Peixe-filho morrendo de dó do peixinho preso no gancho... Ficou parado... olhando... hipnotizado... olhos cheios d'água... Mó viagem, morou?
Até que... Zás! A última visão deles foi de um ser gigantesco com uma espécie de avental branco e galochas de plástico.
Voltando do passeio, excitadíssimos para contar suas aventuras para os filhotes, Peixo e Peixa não os encontraram. Na porta de entrada, um bilhete:
"Pô bicho, teus filhos estavam conosco na festinha da galera, e foram vistos pela última vez perto margem direita do rio, ao lado da Alameda das Vitórias-Régia. Não levem nada nem ninguém, apenas vão buscá-los, pois a localidade não é pra grã-fino que nem vocês, e ali tem que ficar de olho aberto, saca?"
Chegando ao local do crime... BAAAAMMMM! Era uma vez uma família de peixes...
Querem saber onde foram parar???
Conclusão: "Nem toda história tem um desfecho feliz!"