(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
Um blog sobre uai, sô, véio, contos, causos, sentimentos, pão-de-queijo, crônicas, broa-de-fubá, cinema, literatura, fotografia, arte, poesia...
* Agora em novo endereço: www.mineirasuai.com *

03 fevereiro 2012

N.O.V.I.D.A.D.E.S

Caríssimos seguidores,

Há muito encerrei as atividades do Mineiras, uai! no blogspot, passando-o para o wordpress.

Além de o blog estar de cara nova, agora o mineiras é .com! Tem muita novidade por lá, inclusive página no Facebook!

Novo endereço: www.mineirasuai.com.

www.mineirasuai.com

https://www.facebook.com/pages/Mineiras-Uai/277321618997735?sk=wall
Aguardo a visita!

Ana Letícia
@analeticia

24 janeiro 2010

Mineiras, uai! em NOVO ENDEREÇO


Acessem:

11 janeiro 2010

Mais 30

* Novo endereço do Mineiras, uai! www.mineirasuai.com *

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Pensava que quando o dia chegasse, fosse me sentir diferente. De fato, dá um certo tremor nas pernas, a gente se olha no espelho e por mais que se veja igual a todos os dias, o olhar minucioso enxerga coisas que não existem em lugares não imaginados.

Mas é sério, há anos pensava que, ao acordar neste dia, veria alguma transformação radical em mim. Pensava que me sentiria (mais) adulta, (mais) inteligente, (mais) mulher. Pensava que estaria ou mais feia ou mais bonita, ou mais magra ou mais gorda. Pensava que ficaria loira ou que não estaria ali.

Já cheguei a pensar que nunca estaria me olhando naquele espelho daquele quarto naquele exato ponto geográfico. Que talvez eu já tivesse cabelos brancos ou muitas tranças, rodopiando longe daqui. Que teria filhos e que eles já teriam meus netos.

Pensei que o mundo seria diferente... Mais colorido? Mais preto e branco?

A verdade é que o mundo já mudou. Já foi multicor e já foi cinza tantas vezes pelos meus olhos. Eu já mudei. Já emagreci e engordei feito sanfona em festa de São João, já pintei meus cabelos sem estarem brancos e há dias em que me acho bela, noutros, nem tanto.

A verdade é que já sou adulta e mulher, que minha inteligência deixa a desejar em alguns momentos, pois não sou nenhum Einstein. Já me aceito assim, nem bonita nem feia, um dia fatal, outro normal, gata borralheira ou cinderela, brava, calma, baixa, chique, simples. Minhas pernas já não são mais as mesmas, assim como minha flexibilidade também já teve dias melhores.

Mas hoje não estou velha. Nem sábia. Nem gorda. Nem magra.

Mas... Estou preparada: que venham mais 30!

Ana.

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17 dezembro 2009

Melô do Fim de Ano

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Melô do Fim de Ano

Pois assim têm sido meus últimos dias do ano...

RODA VIVA
(Chico Buarque)

Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente, ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá

Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente até não poder resistir
Na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira prá lá

A roda da saia, a mulata, não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata, a roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa, viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva e carrega a viola prá lá

O samba, a viola, a roseira, um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva e carrega a saudade prá lá...

***

Até mais ler.
(Semana que vem.)

Ana.
(Foto: Ana Letícia. Letra: Chico Buarque de Hollanda.)

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17 novembro 2009

Caridade ou Maldade? Manifesto contra os falsos bazares e liquidações

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R. Mutt

Era plena 4ª feira, chuvinha ameaçando cair na capital dos mineiros. Mesmo traumatizada com o banho frio involuntário do dia anterior, que me pegou desprovida de sombrinha, resolvi conferir o bazar de uma grife famosa na sua loja do Bairro de Lourdes. Este foi o primeiro dia do bazar, que terminou no dia seguinte, tendo sido anunciado em blogs de moda e twitter da marca como “oportunidade incrível” de se comprar peças de coleções anteriores com 70% de desconto, e ainda beneficiar uma instituição de caridade.

Até aí, tudo muito bom, tudo muito bem. Almocei mais cedo que o normal e fui com mais duas amigas. Chegando lá, nenhuma placa na porta da loja, nenhum “boa tarde, sejam bem vindas”, apenas uma vendedora, que nos percebeu meio perdidas no meio da linda e colorida coleção primavera verão 2009/2010, e disse meio debochadamente que o bazar era no andar de cima, sem maiores explicações, direcionamento, simpatia, nada. E se estivéssemos lá pela coleção nova? Mas... Continuemos a história.

A construção onde fica a loja é belíssima – uma casa dos anos 50 toda reformada, clean, em tons de branco, bege, e madeira de cor clara, contrastando com vidro e um lindo jardim de inverno. Seguindo a indicação da vendedora, subimos a escadaria e nos deparamos com uma saleta pequena e escura com 3 araras abarrotadas, muita roupa embolada jogada no chão e clientes revirando tudo. Até aí, nada tão estranho para um bazar.

O anormal mesmo eram os preços NADA amigos, mesmo com o álibi de doar para a caridade e os 70% de desconto, que só eram dados após cálculos feitos na única calculadora, dividida entre quase 50 clientes. Casacos e macacões de cores horrendas e tecido idem (um linho que, em razão da cor escura e desbotada ao mesmo tempo, mais parecia um pano de chão sujo), tamanhos enormes e desproporcionais, amarrotados, da coleção de 1900 e lá vai pedrada, pela “bagatela” de 1700 reais. Menos 70% disso dá o quê? 510 reais! Não do meu bolso.

Falando nisso, a única bolsa a venda no bazar era de TECIDO, saindo por mais ou menos 500 reais (com o desconto) – preço de uma boa bolsa de COURO na Equipage ou Arezzo, por exemplo. Chapéu de feltro de 380 por 120 reais. Na Zara tem chapéus também lindos e estilosos por 70 reais, em média. Estola de PELÚCIA de 1600 por 480 reais!? Na Renner tem por 69,90! Nem comento os sapatos tamanho 42. Oi?

Pensam que é só isso? Para completar a situação, além de não ter provadores individuais, não era permitido utilizar os do andar de baixo, então num corredorzinho mais ou menos escondido as moças vestiam e desvestiam essas “maravilhas” do último século (literalmente). Uma de minhas amigas comentou que parecia que os preços tinham sido majorados a níveis absurdos nas etiquetas, tudo para você se impressionar com os tais 70% de desconto, e depois, é claro, tomar aquele susto com o preço real – que ainda continuava nada justo por aquela peça démodé. Para falar a verdade, os mesmos preços que seriam pagos na loja sem liquidação, com todo o conforto, por uma peça da estação.

A falta de acessibilidade para deficientes físicos também me chamou a atenção. Tem escada pra entrar na loja, degraus para distinguir níveis no primeiro andar, e escadaria até o segundo andar. Nada de elevador ou rampas de acesso. Durante o tempo em que estive lá, havia uma cliente de cadeira de rodas que teve de contar com a ajuda dos 2 seguranças da loja para poder entrar, subir até o bazar, descer pra ir embora, etc. No mínimo, constrangedor.

Juro que vi um vestido laranja de seda, da coleção de verão 2008/2009, que na liquidação da loja do Shopping no meio do ano (na qual sobre os preços normais é aplicado um desconto de 50%) estava mais barato que neste tal bazar beneficente. Bonito o vestido? Sim. Mas ainda assim, caro. E só tinha um vestido de resto, sem opção de cores e tamanhos. Preferível comprar na liquidação do Shopping, não?

Caridade de verdade é alguém ter a coragem de comprar roupas feias como as que vimos lá no bazar; caridade da cliente para com a grife, claro. Roupa antiga se compra em brechó – e bem mais barata, diga-se de passagem.

Ana.
Texto e foto: Ana Letícia.
Revisão e testemunha ocular: Izabela Baptista e Renata Viana.


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10 novembro 2009

Cimento cozido

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Solzinho

O silêncio cega, mutila minhas mãos.
Aleijada, sigo no pasto: comer, dormir, acordar, trabalhar.
O ritmo da cidade engole e cospe sangue e fezes
No mesmo prato
Digere ratos, tritura fracos.
Oprimida, sigo por entre os que oprimo
Odiada pelos que odeio
Destemida, despudorada.
No mundo que não é de marshmellow
O chão fofo cede lugar ao cimento duro e cozido
Não há nuvens suficientes
O calor derreteu
Não há ácido suficiente
A pele descamou, o cérebro dissolveu
E o menino atravessa a rua de mãos dadas com o acaso
Desnudo, desnutrido, desavisado.

Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)

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26 outubro 2009

Reflexo

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Reflexo

Tenho medo do escuro
Do vazio de dentro e de fora
Tenho medo do barulho que ensurdece a mente e cega a canção
Prefiro a dor ao nada
Pois se nada é, não há escolha a fazer
Quem ama o nada, alguma coisa lhe parece.

Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)

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18 outubro 2009

Warning

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Perigo, eu posso voar
Vou correr até me afogar
Perigo, eu posso sonhar
Vou comer até me acanhar
Perigo eu posso ser eu
Atracar os pés no chão e enxergar que é preciso sentir medo pra gente andar.

Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)

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05 outubro 2009

Cegueira

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Éli-Pê

Um dia uma folha me assustou, num branco pálido cegou minha mente, calou meus ouvidos e secou pensamentos. Muito a sonhar, mais ainda a trabalhar, nada a criar, exceto vidas ao alcance das mãos, exceto páginas cheias de nãos.
No dia seguinte e nos outros então, caminhei errante por pedras rolantes, escadas íngremes que nada ajudavam a dura aventura de vomitar palavras, cantos e contos. Os pontos finais, coitados, serviam apenas a frases malucas, que só sentido têm a quem não tem alma, só juridiquês.
A cegueira da folha branca um dia passou. Como num estalo, um verso brotou fujão, quase me escapa o pensar, escorria pelo lado direito que nem fumaça de incenso, preguiçoso ele de se deixar escrever.
Sou adepta da escrita e do grito, mas sem a ajuda do grande irmão, doutor em senhas e códigos, nada sou, nada faço, não nado, não surfo, não vôo. Não falo, não vejo, não ouço. Será?
Comecemos então:
- Asdfg, maiúscula, vírgula, ponto, deixa estar.

Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)

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25 agosto 2009

Desejos

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Faça um pedido, eu vou te mostrar.
Um desejo apenas, que vou te brindar.
Faça o que eu faço, vou te falar:
Uma moedinha vou atirar.
Jesus pequenino, me faça um favor,
Atenda o meu pedido, uma boneca e uma flor.
Uma bicicleta, pro menino ao lado.
E que tenha sempre comida no prato.

Ana.

(Texto e foto: Ana Letícia.)

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