(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
Um blog sobre uai, sô, véio, contos, causos, sentimentos, pão-de-queijo, crônicas, broa-de-fubá, cinema, literatura, fotografia, arte, poesia...
* Agora em novo endereço: www.mineirasuai.com *

24 março 2009

Impossibilidades Reais

Fitas

Eu nunca não tenho nada a dizer, mas sou bom ouvido.
Só que ouvir às vezes cansa.

Humor intalado, amor enlatado, às vezes é bom usar um abridor, girar a torneirinha e deixar fluir. Sai casca, sai sangue, sai lágrimas, sai dor...
E vai embora pelo ralo.

Escorre um beijo no canto da boca, molha o molho do tom maior, que cai na clave de sol fazendo chuá.
Toca o sino pra parar de chorar.
Dia de oração, é dia de respirar.

Homenagem aos dias que se foram, saudades dos que estão por vir.
Se chorei ou se sorri, tudo vale à pena, se a alma da pequena, inflada de poesia, flutua por aí numa nau de emoções vividas, caras partidas e braços torcidos.

E chego à conclusão: amar nunca é demais.

Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)

16 março 2009

Nhac!

Pão torrado com queijo, alface, ovo, tomate e bacon. Um pouco de maionese para temperar. Voilá! O melhor sanduíche do mundo, bem ao alcance das mãos. Cai bem beber uma tulipa de chop bem gelado, ou um vinho tinto na temperatura certa, pra acompanhar esta perdição...

Duvidam?

Preguiçosos de plantão, madames de unha feita, saiam já da dieta e corram à cozinha. Vamos à receita:

Você vai precisar de:

- 2 fatias de pão (ciabatta, pão integral, caseiro, etc. Qualquer um serve, desde que possua massa firme e gostosa);
- 4 fatias grossas de tomate (prefira o tipo italiano, que é mais carnudo e tem pouca acidez. Mas se não tiver, qualquer um serve!)
- 2 fatias finas de bacon (compre daquele que já vem fatiado, daquela marca conhecida)
- 2 folhas de alface (crespo, roxo, normal, qualquer um serve.)
- 2 fatias Queijo (de preferência um que derreta bem - ou seja, ricota e derivados estão fora!)
- 1 ovo
- maionese

Primeiro torre as duas fatias o pão até ficarem douradas e crocantes. Derreta o queijo como preferir, no microondas ou numa frigideira no fogão. Despeje o queijo derretido em cima de 1 das fatias do pão. Reservve.

Na outra fatia, passe um pouquinho de maionese e cubra com as 4 fatias de tomate.
(A função da maionese é apenas para fixar o tomate, é bem pouca mesmo. Então, quem não gostar - como o
Allan - pode substituir por qualquer queijo cremoso capaz de exercer esta função.)

Frite o bacon.
(Importante: não use gordura para fritar o bacon, a não ser que queira ter um infarto já-já! Faça o seguinte: no microondas, cubra uma "pirex" de vidro com 2 folhas de papel toalha. Por cima, as fatias de bacon, e em cima delas, mais 2 folhas de papel toalha. Leve à potência máxima por uns 2 minutos e meio. Pronto! Fica crocante e saboroso, e a gordura sai no papel.)

O bacon vai por cima do tomate, e depois dele, a alface. Frite o ovo deixando a gema molinha. Deposite-o cuidadosamente sobre a alface. Por último vai a outra fatia de pão, que já está com o queijo derretido.

Para dar um toque de chef, parta o sanduíche ao meio e separe uns 2 cm uma metade da outra. Isso fará com que a gema estoure e escorra por todo o sanduíche. Acredite, é isso que o faz ficar TÃO bom.

COMA IMEDIATAMENTE!

Esta receita eu aprendi no filme "Spanglish". Já fiz inúmeras vezes e é SEMPRE um sucesso. O maior segredo é usar ingredientes frescos e de boa qualidade, e cuidar para que a apresentação do prato seja igualmente apetitosa.

Ana.

*** Update - 20.03.2008.

Gente, como já foi dito acima, conheci esta receita no filme SPANGLISH. Uma das personagens centrais é um chef de cozinha (Adam Sandler - fazendo um papel sério, diga-se de passagem), que num determinado momento, prepara sua versão do MELHOR SANDUÍCHE DO MUNDO - que é a receita publicada aqui.

A receita foi criada especialmente para o filme pelo chef Thomas Keller, que treinou Adam Sandler para o filme.

Óbvio que fiquei com água na boca e corri pra cozinha testar... Quem provou, gostou!

(Receita: Thomas Keller. Foto: internet)

09 março 2009

Ali

I am sailing

Me deixa dizer que não estou nem aí
Não estou nem aqui
Quanto menos ali
Me deixa esquecer o que senti
O que sei e o que não quero saber
Me deixa querer viver sem dormir
Não ouvir nada além de ir
E vir
Me deixe só
Sentidos
Arrepio nos ouvidos
Alegria boba
Um mergulho num mar de olhar
Saltarei piscando
Quem sabe voar?
E correndo vou
Até aí.

Ana.

(Texto e foto: Ana Letícia.)

02 março 2009

O Começo do Fim

Give me the light

E se a vida começa agora, o passado foi um ensaio.
Marionetes esquecidas num palco de dor e cor. Vimos brilhos e luzes, vestidos, pétalas de cor. Mas não estávamos vivos: manequins de vitrines sem coração... Não conta.

E se o ano começa agora... um, dois e... já!
(Aguardo acontecer.)

Tudo permanece igual, intocado. Ciscos de poeira pairam sob os raios da lâmpada halógena, acima de nossas cabeças. Nem um pio. Nenhuma alma. Apenas um cachorro molhado me encara, com ar de abandono. Cheira a beirada do vidro, e o focinho molhado encontra só cimento frio. Eu, impassível. O canino faz um muxoxo, franze as orelhas e crocita desesperado. Nada. Olha em torno, olhos de gato rompem o silêncio. E lá vai ele, se distrair com novas aventuras.

Sinto um cheiro doce inebriante. Será este o cheiro do mel? Algo coça meu nariz... Atchim! Pimenta, só pode ser. Um movimento em falso, dispara o alarme. Manequins também querem viver! Não apenas brincamos de faz-de-conta-que-é-assim.

Temperamos o foundue de nossas roupas com a mistura de sonhos e pulsos vibrantes. E a luz que cega a noite tromba em outros pés e outros cheiros. Tropeço por várias vezes, desacostumada a caminhar.

Será que viver é assim?
Cair, levantar?
Ensaiamos o futuro, vivemos no passado.
E o presente, sempre ausente, cai como um raio.
Relâmpago chega e já foi.
E se a vida começa agora...

Ana.

(Texto e foto: Ana Letícia.)