(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
Um blog sobre uai, sô, véio, contos, causos, sentimentos, pão-de-queijo, crônicas, broa-de-fubá, cinema, literatura, fotografia, arte, poesia...
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22 dezembro 2008

Presente, Passado e Futuro

Presente, Passado e Futuro

(Texto e Foto: Ana.)


Obs. 1: Clique no cartão para visualizá-lo em tamanho maior.

11 dezembro 2008

Síndrome

Milagres

Caderno aberto, caneta na mão. E eu lá, quieta, esperando... Esperando...

Aguardo um milagre... Um acontecimento? Não, apenas algo (ou alguém) passando por mim que me faça transcorrer impulsos nervosos do cérebro à mão. Fotografias mentais, palavras rebordadas, desenhadas, escorrerão de minha pena preta, juro.

Temo não conseguir chegar a lugar nenhum, o que está por vir, inesperado, fatal. Tremo um bocado, mas teimo em continuar. Padeço da cegueira do mundo estranho, do ninho de espinhos.

E no momento em que todos somem, não há nada pra me deter. E o que se fala ao meu redor não importa mais. Não há fronteiras, sons. Apenas um vácuo na existência. Sou matéria exposta, sou intempérie, fratura que dói, sou lágrima que não escorreu, sou o amor que ainda está por vir. Sem exclamações. Zen.

(Sinto pena de mim, por não poder me ver agora, momento único entre a síndrome da folha em branco e a síncope de criação.)

Agradeço à reciclagem, à folha parda, à ponta de aço que roça sobre o papel, deixando rastros de tintura e emoções à superfície da margem.

Rezo em transe sobre o caderno que abriga parcos sentimentos em pautas azuis. Dois pontos:

-- Palavras cruas são vírgulas fora do lugar.

Reticências. Um dia, quem sabe... Virarei a página.

Eterno recomeço.
Caderno aberto, caneta na mão. E eu lá, quieta, esperando... Esperando...

Ana.

(Texto e foto por Ana Letícia.)
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Já que o Natal está chegando (e o meu aniversário também - dia 21!!!), não custa nada dar uma passadinha na minha lista de desejos, e abrir a mão um tiquim, né? ;-)

01 dezembro 2008

O vírus

Bug

E se o amor fosse um vírus, já estaria contaminada. Infectada, sintomática, febril e delirante. Os sintomas se manifestariam e irradiariam pelos cabelos jogados ao vento, suspiros soltos pelo ar.

O desejo se manifestaria: de tocar e ser tocada todo o tempo, beijar, olhar, sentir cheiro de lembrança...

E então carregaria consigo o torpor da gripe, o ardor em seu corpo torto, manchas da doença cravadas em sua alma, como tatuagens de fogo, pele de carvão em brasa, rocha derretida, exalando perfume de capim limão.

Vontade de viver, pura e simples. Significados múltiplos em singelos afazeres e tilintar de dedos e impressões digitais...

Espirraria em alegria, assoaria o nariz transbordando coriza apaixonada em seu lenço de cetim. E o fluxo de amor correria em suas veias e a viciaria para sempre, e necessitaria dele para permanecer caminhando, em relação sine qua non, como o oxigênio e a fotossíntese.

E então, o vírus arrebatador, invadiria sua mente, romperia suas senhas e segredos, descobriria labirintos de memórias nunca dantes vasculhadas, derrubaria mitos, verdades, muros de arrimo e ouro em pó.

Até que estancaria por ali, do lado esquerdo do peito, de onde nunca mais pudesse sair, expulsando de lá os restos de pedaços de órgão destroçado e embolorado que um dia existiu, tomaria seu espaço, preenchendo as lacunas em formato de coração, derramaria paixão.

Cuidado. Pode ser contagioso.

Ana.
(Ana: Texto e foto - Bug.)

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Já que o Natal está chegando (e o meu aniversário também), não custa nada dar uma passadinha na minha lista de desejos, e abrir a mão um tiquim, né?