(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
Um blog sobre uai, sô, véio, contos, causos, sentimentos, pão-de-queijo, crônicas, broa-de-fubá, cinema, literatura, fotografia, arte, poesia...
* Agora em novo endereço: www.mineirasuai.com *

31 maio 2007

Filosofanças Femininas

(Contexto: Em algum lugar do passado, duas amigas em crise existencial conversam no MSN...)

A
(Suspirando, com carinha triste, fazendo beicinho, e bem desanimada)
- Às vezes eu acho a minha vida tão sem sentido... Às vezes tenho a impressão que estou apenas "sobrevivendo"...

B
(Pensativa, coloca a mão no queixo, pensa na sua própria vida...)
- Entendo como se sente... E no final das contas, a vida da gente se resume a isso mesmo, sobreviver.

A
(Agora já irritada, com um tom de revolta nas palavras e fogo no olhar.)
- Mas não pode ser assim!

B
(Continando a filosofar...)
- ... Trabalhar pra sobreviver... sobreviver pra trabalhar ... pra sobreviver...

A
(Chegando a uma conclusão nada conclusiva, quanto menos agradável, faz cara de desânimo conformador.)
- Então, dos 25 aos 30, a gente passa por essa crise existencial.

B
(Continua viajando na maionese!)
- E tudo vira um ciclo q é só isso e mais nada. É foda, mas a gente tem que encontrar as pequenas coisas que nos cercam e nos dão um pequeno momento de alegria, e se fixar nisso... Como esta rosa que eu tirei foto lá no sítio da Amanda.
(Envia a foto da rosa pelo MSN...)

Rosa

(B Continua a falar...)
Todo dia eu olho pra ela e acredito que a natureza é algo divino, e que a humanidade faz tantas coisas boas, como máquinas fotográficas digitais capazes de nos fazer captar aquele momento, aquele minúsculo detalhe na imensidão do universo e guardá-los conosco pra sempre, não apenas na memória.

A
(Dá um suspiro mais profundo porém rápido, observa a imagem da rosa, lê repetidas vezes o que A acabou de dizer, pensa nas pequenas alegrias de sua vida...)
- É muito bonito isso que vc me disse, me deixou mais tranqüila... Já é uma razão para não apenas sobreviver... rsrsrs

B
(Confiante com a resposta da amiga, viaja ainda mais na batatinha, como se isso fosse possível!)
- Pois é. Só o dom q a gente tem de escrever, de pensar, e de não ser mais um dos 97% de analfabetos e semi-analfabetos do nosso país, a nossa sensibilidade e inteligência, etc... Isto torna a nossa existência um pouco mais aliviante, pelo menos serve pra engordar as estatísticas... hehehe
Nossa, como estou inspirada hoje!!!

A
(Empolgada com a viagem de B.)
- Pois é! Mas é você que tem razão!

B
(Começa a ficar tristinha, pensando os apertos por que vem passando.)
- Ai amiga, temos q fazer a nossa vida ficar mais light, porque as coisas já são tão difíceis, né?

A
(Volta ao status quo ante, deprimida, em crise existencial.)
- É verdade, não podemos nos cobrar demais, pq às vezes a vida é isso mesmo... Sobreviver.

B
(Mais desanimada ainda que A.)
- Pois é... E não podemos querer mais nada...

A
(Recebe o telefonema de um gatinho convidando-a para sair, e já fica animadinha, com um sorriso maroto no canto da boca.)
- ... E perpetuar a espécie! hahahahaha Porque isso é instinto, fazer o quê?

B
(Já recomposta, após dar uma gargalhada em alto e bom som ao ler o que A acabara de escrever!)
- Já que temos esta vida, devemos tentar torná-la menos sofrida, mais alegre, menos dura e mais leve, menos triste e mais colorida...

A
(Mais relaxada, resolve abrir o jogo.)
- Acho que eu estou assim mal humorada porque vesti o meu terninho verde... rsrsrs... E ele ainda está meio apertado, hahaha!

B
(Lembra que aconteceu a mesma coisa consigo na semana anterior, e sorri de um canto da orelha até a outra...)
- hahahahahahahaha Deve ser!
Texto por: Ana.

28 maio 2007

Vida que segue

Caros leitores,

Viemos, por meio deste, anunciar que a partir de agora nosso blog contará apenas com 03 (três) colaboradoras: Ana, Bela e Dô.

Para quem é novo por aqui, contaremos um pouco da nossa história. Começamos em Agosto de 2004 com este espaço, no início eram apenas Ana, Lú e Dô as autoras do blog. Nos conhecemos num escritório onde trabalhávamos juntas, e logo bateu aquela identificação, e daí brotou uma amizade que perdurará no tempo, com certeza. Claro que já tivemos nossos altos e baixos, nossas discussões e briguinhas, afinal de contas, somos mulheres, e todo mundo sabe como é difícil um relacionamento entre amigas. No entanto, o carinho que nos uniu sempre persistiu, ainda que, atualmente, cada uma tenha tomado seu próprio caminho, estando trabalhando em locais diferentes.

Criamos, então, o "Mineiras, Uai!". Primeiramente, no intuito de não perder o contato entre a gente, como uma forma de trocar experiências, contar nossos casos, saber notícias umas das outras, falar um pouco da gente, de nossa cidade, de nosso cotidiano, etc e tal. Com o tempo, com as visitas e comentários de vocês, caros leitores, sempre nos incentivando a escrever mais e mais e a criar, nasceu aqui uma espécie de, por que não dizer, literatura bloguística. Cada uma com seu estilo, suas idéias, e fomos amadurecendo com o tempo, e o blog criou, assim, identidade e vida próprias.

Em março do ano passado (2006), a Bela nos brindou com sua companhia de escrita, enriquecendo ainda mais a qualidade do blog. Além de ter sido colega e amiga da Ana desde a época do colégio e da faculdade, ela sempre esteve junto com a gente, desde a criação, comentando, lendo, incentivando, e acompanhando desde o nascimento da idéia à evolução do blog, por isso mereceu o convite, e está aqui desde então! E assim temos seguido com nossas aventuras por esta blogosfera afora...

Sendo assim, na última semana a nos anunciou sua decisão de deixar o “Mineiras, Uai!” como escritora, e continuar por aqui como leitora, fã, "comentadora", etc, etc e etc. Tomamos a liberdade de transcrever aqui alguns trechos de sua cartinha de adeus:

“[...] Nosso blog é incrível, já escrevi muito sobre todos os assuntos, vida pessoal, profissional, aniversários, textos culturais, outros sem graça, mas cada texto meu realmente teve a minha marca.

[...]

Valeu demais! Valeram todos os risos que dei com o blog, todos os textos que escrevi, as vezes que me emocionei, as vezes também que xinguei e não vou falar dos comentários, porque continuarei lendo e comentando nos textos, claro e sempre!

Espero que não me critiquem, o que escrevo é de coração.
Amo todas vocês, muitoooo!!!

Beijos, Lú.

PS: essa também não é uma carta de despedida, não precisam chorar... Em encontros casuais eu verei todas vocês, né?”

Pois então, querida Lú, é claro que você fará muita falta por aqui, mas como você mesma disse, VALEU DEMAIS, e saiba que você sempre foi e sempre será uma MINEIRA, UAI!

E vocês, leitores, podem nos invejar, pois esta mineirinha continuará sendo vista pessoalmente, abraçada e beijada por nós três, enquanto que vocês terão que se contentar apenas com as fotos, textos antigos e comentários... C’est la vie, não se pode ter tudo ao mesmo tempo, não é mesmo? ;-)

Beijos,

Mineiras, Uai!

Ana, Bela, Dô.

(Foto: Ana. Arte: Gravata.)

21 maio 2007

1 Casamento e 4 Funerais

* Novo endereço do Mineiras, uai! www.mineirasuai.com *

Quem não gosta de festa de casamento? (Dos outros, principalmente, pois não dói o nosso bolso...)

Ver aquela decoração maravilhosa, bebericar vinho, champagne, whisky, cerveja... Comer salgadinhos maravilhosos, jantares sofisticados, isso sem falar nos bombons e sobremesas sempre de babar... E a mesa de café da manhã? Munida de trufas de diversos sabores, biscoitinhos amanteigados, e licores diversos... Ahhhh! Eu adoro este pecado da gula!

As cerimônias tradicionais de casamento não são menos bonitas e sofisticadas que as recepções que as acompanham, mas confesso que me atraio mais por casamentos em chácaras ou sítios, destes em que já acontece tudo num local só: da cerimônia religiosa ao baile.

Pois a expectativa no final do ano passado era de que, nestes seis primeiros meses do ano, eu iria em 4 casamentos, seria praticamente 1 por mês, e haja laquê no cabelo, haja manicure, haja roupas e haja dieta para caber nelas depois de tanta festa, né? No final das contas, passados alguns problemas de ordem pessoal, estes 4 casamentos se transformaram, até o presente momento, em apenas um, o qual ocorreu neste sábado à noite. Não falarei aqui dos funerais, ainda bem que não houve nenhum até o presente momento, o título foi apenas uma alusão ao filme de comédia britânico, “4 Casamentos e 1 Funeral”, que lançou ao estrelato o inglês Hugh Grant, aclamado por minha mãe como “aquele gato”.

A cerimônia que fomos, tradicionalíssima, aconteceu na gigantesca e solene nave da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes. Com direito a coral, quarteto de cordas, e órgão tubular... A igreja fica na movimentada Rua da Bahia, próxima à Faculdade de Direito da UFMG e à Praça da Liberdade, endereço nobre e concorrido pelas noivas mineiras. Estacionamento próximo ao templo é coisa quase impossível, e por isto meu pai nos deixou na porta enquanto procuraria por uma vaga, não sem antes recomendar, com muito zelo, que escolhêssemos o canto DIREITO da Igreja, o lado do noivo, de quem éramos convidados. Tudo isto para que fosse mais fácil a nossa localização pelo “choffeur” (meu pai), quando ele entrasse na igreja.

Já chegamos com alguns minutos de atraso. Os padrinhos e o noivo já tinham entrado, a noiva já estava na porta, recebendo os últimos retoques, esperando para entrar e atravessar a nave da Basílica a caminho do altar com seu véu branco de 7 metros (será isso tudo?), onde encontraria o homem com quem escolheu passar o resto de sua vida, perante uma gigantesca imagem de Nossa Senhora de Lourdes adornada com um igualmente enorme halo luminoso e brilhante sobre a cabeça. Nos encaminhamos para o lado DIREITO, tomando o cuidado de entrar já pela porta da DIREITA, para não ter que atravessar o caminho a ser percorrido pela nubente. Escolhemos nosso banco, o antepenúltimo, já pensando na facilidade de sermos vistos por meu pai, assim que ele chegasse lá.

Até que... Tan-tan-tan-tan... Tan-tan-tan-tan... (Dá início a Marcha Nupcial). Ouço de meu irmão, sério, com seu sarcasmo peculiar: “Olha o noivo ali, olha!” Todos que estavam por perto se alarmaram, mirando na direção em que ele apontava com o olhar. E eis que avistamos um senhor de parca estatura, em seu terno preto risca de giz, do lado ESQUERDO da igreja, passa em frente à porta (que apenas alguns segundos depois se abriu para a noiva), atravessa e pisa no tapete vermelho, olhando para os convivas, e se encaminha em nossa direção. Não pode ser! O meu choro, que sempre chega nesta hora da entrada da noiva e do início da música que todas as mulheres sabem de cor, desde o seu nascimento, foi substituído por uma vontade quase que incontrolável de dar uma gargalhada daquelas! O tal “noivo” de que meu irmão falara, era meu próprio pai!!! Todos viram a gafe, muitos seguraram o riso, como eu...

Para completar o “espetáculo”, eu e minha mãe, com crise de tosse, bem na hora do SIM, éramos respondidas por um companheiro de doença, sentado bem atrás de nós. A seqüência era a seguinte: primeiro eu, cof-cof. Depois mamãe: cof-cof-cof-cof. Depois o senhor, do banco de trás: cof-cof-cof-cof-cof-cooooooof, terminando com um sonoro raspar de garganta, escarrando...

Só seria mais tétrico, caso os minúsculos pagens e damas de honra tivessem realmente derrubado o Ciro Pascal, enorme vela amarela apoiada numa pequena coluna, que se balançava de um lado para o outro, a cada esbarrada de perna dos pequeninos, que se recusavam a ficar quietos. Nossa vizinha, também convidada da festa, ao sair da igreja quebrou os dois saltos de seu escarpin salto 12cm! Foi socorrida pela equipe de manutenção do buffet, que lhe emprestou uma sandália havaiana azul royal, nada a ver com sua roupa, de cor creme. Minha mãe perdeu a pulseira de ouro branco com zircônios, no meio da dança no salão Versailles da casa de recepções...

Como ela mesma diz, entre mortos e feridos, todos se salvaram, vão-se os anéis, ficam-se os dedos... A cerimônia foi linda, a festa idem, impecável, com decoração maravilhosa, de babar mesmo, buffet digno de aplausos...

E que os noivos sejam felizes para sempre!


Ana.

(Foto: ClCosta.)

* Novo endereço do Mineiras, uai! www.mineirasuai.com *

18 maio 2007

E se você não for à saideira.......

Eu sugiro que assistam à peça teatral "Os monólogos da vagina", com Tânia Alves, Fafy Siqueira e Betina Viana. Direção de Miguel Falabela.
A peça ficará em cartaz hoje (dia 18) e amanhã, às 21:30, no Music Hall.
E apesar de ser uma grande produção, o preçinho é camarada, entre R$ 20,00 e R$ 60,00, vendendo meia entrada também.
Eu recomendo, pois já assisti duas vezes e ainda irei amanhã!
Um ótimo fds a todos!
Lú.

Desce mais a SAIDEIRA!!!

É pessoas, o "Comida di Buteco" está chegando ao fim. Mas não sem antes fazer com que tomemos a saideira, a última cervejinha geladáça, com aquele tira-gosto fenomenal que pudemos provar durante o festival...

Nos vemos lá então, na Festa "A Saideira"!


Ana.

16 maio 2007

De mulher para mulher

Belo Horizonte, 14 de maio de 2007.

Renata,

Como você está? Eu vou indo...

Sábado eu estava muito carente... Acordei e fui direto ao banheiro, lavar o rosto. O ácido glicólico que venho passando todos as noites finalmente tem dado algum efeito, pois creio que minha cútis tem se tornado cada dia mais fina e clara.

A água gelada que me molhava as bochechas e as mãos misturaram-se com gotas outras, cálidas e salgadas: lágrimas que brotavam de minha alma maltratada e só. Este choro matinal repentino me apertou a garganta, e trouxe um gosto amargo à boca. Apesar de ter bebido um bocado também na noite anterior, era diferente, mais doído, mais sentido.

Aproveitei o ensejo e escovei os dentes. Até minha escova também me fazia lembrar dele: é elétrica e de sua cor preferida, e fora um presente dado poucos meses atrás. A única lembrança guardada, também, a de mais prática utilidade.

Sentei-me à mesa para o desjejum. Servi-me de café preto e forte num copo de vidro, destes americanos. Era também assim também que ele bebia, dispensando a xícara e o pires, coisas de ingleses frescos, segundo seus ilógicos pensamentos. Vai entender...

Levei o copo fumegante à boca, nem aguardei que o líquido negro esfriasse um pouco, e também, esqueci de assoprar a fumaça que teimava em subir e condensar nas bordas do vidro. Sorvi a bebida. Eca, amargo! Resmunguei em voz alta. Esqueci o adoçante... 7 gotas, como minha mãe me ensinara há tantos anos. Assim o fiz, repetindo esta cena, que protagonizava todos os dias pelas manhãs: contei 1, 2, 3, espremi bem o vidro, saiu logo um jato. Ah, no total devem ter sido 7 gotas. Misturei e tornei a beber. Queimei a língua novamente, como era de se esperar. Um dia ainda terei uma doença grave de tanto sapecar minha língua, pensei, dando de ombros, enquanto passava a manteiga na torrada, recém assada.

Nem consegui morder o pão. Uma torrente de lembranças assolou meu ser, e o café, antes doce pelo aspartame, tornou-se salgado e amargo. Tudo outra vez... A partir daí, não enxerguei mais nada, mergulhando cada vez mais fundo em meu pranto de solidão.

Não sei quanto tempo se passou, mas de súbito, ouvi uma voz. Reconheci: mamãe me chamava e acariciava meus cabelos, ainda despenteados. Filha, lave o rosto, está inchado! Você me parece horrível... Precisamos fazer alguma coisa... Foi o que ela me disse, sempre conscienciosa, direta e firme, mas nem por isso, pouco terna.

Respirei fundo, levantando a cabeça. Doíam-me as têmporas. Assoei o nariz de uma só vez, como que expulsando de mim aquela dor, o que me fazia sofrer. Limpei com o papel toalha, por nós utilizado à mesa como guardanapo.

É mãe, vamos fazer compras! E abrimos os sorrisos, e nos abraçamos, e nos entendemos, e nos cuidamos.

Após R$ 767,45 a menos em minha conta-corrente, fiquei bem, e o meu guarda-roupas, mais cheio. Nada como um dia no shopping para melhorar o humor de qualquer mulher na TPM!

Cuide-se, minha amiga. Espero notícias suas.

Um beijo,

Geórgia.

... 2007 ...

(Foto by lluma2007.)

Texto por: Ana.

14 maio 2007

Desabafo...

Pessoal, vocês me perdoem, mas tem algo bem angustiante me afligindo e eu preciso urgente desabafar.


A maioria das pessoas define o interesseiro como aquele que usa de suas amizades e familiares para obter vantagens e benefícios quando estes lhe são convenientes. Para o Aurélio, interesseiro é aquele movido única e exclusivamente pelo seu próprio interesse pessoal, ou seja, o egoísta. Mas para mim, o interesseiro é o ser humano mais ignóbil, desprezível e execrável que existe na face da Terra.

Para o interesseiro, você só existe quando ele precisa de você. Para o interesseiro, seu tempo e seu trabalho não valem nada quando se trata de “quebrar um galho” para ele. Para o interesseiro, a amizade tem hora marcada (a dele, é claro!). Para o interesseiro, o seu problema não existe, mas o dele é sempre URGENTE. E ele estará sempre pronto a pedir um “favorzinho”: ele jamais se rebaixaria a sujar seus sapatinhos na lama, pois sempre há um idiota pronto para carregá-lo no colo.

E pior que “amigo” é parente interesseiro: do amigo você se livra com um belo pontapé no traseiro, agora, do parente interesseiro você só fica livre quando ele bate as botas! E isso se ele resolver rasgar o CPF antes de você, óbvio!

Quer saber, da próxima vez que um interesseiro me pedir um “favor” eu vou responder: “Vá pedir pro João Sem Braço!”. Se eu não disser nada pior.

Humpf!

Pronto. Era isso.
Bela

13 maio 2007

SER MÃE


(Foto by Ana.)

É enxergar com o coração
É música, é dança, é bonança

Ser mãe é não ter sono, nem cansaço
Plantar, adubar e colher

Ser mãe é cantar a felicidade
É ser poeta e também profeta

Ser mãe é falar o necessário
É calar, é olhar, é entender

Ser mãe é abraçar,
É acarinhar, é ninar
É ter a sabedoria dos deuses
A paciência do tempo
É não ter contratempo

Ser mãe é ser anjo
É loucura, é aventura permanente

Ser mãe é viver cercada de amor
É o início, é o meio e jamais o fim.

Ser mãe é ser assim...
(- Autor desconhecido -)

Não poderíamos deixar passar em branco essa data tão especial...
Sem nossas mães não estariamos aqui...

Um beijo no coração de cada mãe,

Mineiras uai!

Lú, Ana, Do e Bela.

11 maio 2007

Quando o gato sai...

... Os ratos fazem a festa, certo? ERRADO! Os relatos abaixo comprovam que, para toda lei, Murphy tem uma exceção!
Pois então, ontem veio pelo correio eletrônico um anúncio de que no dia de hoje ficaríamos sem luz, das 10:30h às 12:30h, aproximadamente. Sem contar que, normalmente, às sextas-feiras nosso chefe só trabalha na parte da tarde... Combinei então com a Gil, minha colega de trabalho (e mais nova “amiga de infância”) que sairíamos para "almoçar" às 11h (aproveitando do fato de que a catraca eletrônica que marca o ponto não estaria funcionando), e faríamos diversos passeios na rua, até 14h - horário limite para passar o cartão no retorno do “almoço”.
Explicarei melhor: a alguns quarteirões do trabalho, além de diversos restaurantes bons, e vários salões de beleza, há também, adivinhem... tchan-tchan-tchan-tchan... (Pensem comigo: 'mulher' rima com o quê?)... uma FEIRINHA!!! E bem na sexta-feira ocorre a melhor da região: a Feira de Flores (que também vende um tiquim de artesanato)! Então o plano era o seguinte: sorrateiramente, nos esgueiraríamos para fora do edifício de labuta e iríamos primeiramente ao banco, para sacar a bufunfa que gastaríamos. De lá, é claro, direto para o salão fazer as unhas – já que final de semana é dia de estar com as mãos e pés mais caprichados...

Após, iríamos a um restaurante self-service lá perto da feirinha - o melhor e mais caro, para os nossos padrões da região. (Nham... nham.... Só de pensar nas maravilhosas comidinhas e mais de 20 tipos de sobremesas de lá, ficamos com água na boca!) Após a 'orgia gastronômica', feirinha de artesanato, comprar umas bijoux – brincos colares – e de quebra, dar uma olhadela nas roupas das artesãs, que lá expõem o trabalho. Por fim, subiríamos a avenida para olhar as flores, planejávamos comprar alguns vasos bonitos, quem sabe de orquídeas, para enfeitar nosso habitat trabalhador, em comemoração à nova sala e novos móveis adquiridos em virtude da mudança ocorrida no fim-de-semana.

Eu ainda pretendia passar em outro banco, depositar os dinheirinhos remanescentes na “caderneta de poupança”, pois apesar de mulher e consumista (pleonasmo dos grandes!), tenho o bom hábito de fazer minhas reservas financeiras para planos, viagens, e eventuais emergências futuras. Sendo assim, fomos levadas a crer que 3 horas seriam mais que suficientes para satisfazer nossos desejos capitalistas e necessidades fisiológicas...

Eis que o dia de hoje chegou, amanheceu com o céu azul e o sol forte, e com as promessas de um dia divertido no trabalho e fora dele... Mas tudo não passava de ilusão... A começar pelo clima, que apesar do dia claro, os termômetros marcavam a temperatura ambiente de 16ºC, com sensação térmica de 13ºC... E Murphy mais uma vez resolveu emplacar sua lei.
Para começar, logo hoje o chefe veio trabalhar de manhã. Até aí, um problema contornável, pois ele logo avisou que não voltaria mais após o almoço. De fato, ficamos sem energia elétrica, embora a falta de luz tenha durado apenas uns 20 minutos, das 10:40 às 11h. Adeus salão de beleza... Adeus “almoço” das 11h às 14h...

Saímos para almoçar no horário habitual, às 12:45h, e só de teimosia comemos rapidamente num restaurante natureba lá longe, ao lado da tal feirinha. Como boas trabalhadoras (ou seja, pobres), não compramos nada de artesanato e bijuterias, e na Feira de Flores nos contentamos com dois vasos bem mais em conta que as cobiçadas Phalaenopsis: crisântemos cor-de-rosa para a nossa sala, e amarelos para a sala do chefe (porque um pouco de puxa-saquismo não faz mal a ninguém...).

Na correria da volta, quase perdemos o horário de entrada no trabalho, 14:00:43 foi o que marcava o relógio quando passei o meu crachá!


Ana.

09 maio 2007

Xeque-Mate!

Pode parecer prepotência escrever sobre algo de que não tenho conhecimento. É assim mesmo, que me sinto ao falar sobre o xadrez, um jogo tão charmoso, difícil e destacado pelo poder. Mas só preciso do "xeque-mate" - expressão usada para encurralar o rei ou matá-lo. Para tanto, alguém precisa fazê-lo, ou melhor, alguém está encurralando, vencendo, derrubando o adversário, matando, massacrando, se dando bem.

Bem, onde estou querendo chegar? É fácil, é que esse fim de semana, eu e Anita, acompanhadas de 2 taças de vinho, assistimos ao filme escrito e dirigido pelo expert , Woody Allen: simplesmente, perfect, brilliant, marvellous, lovely and 100% english -"Macht Point"!

A vida é mesmo um jogo, me sinto numa partida, em que você tem a sorte de tomar decisões que vão te fazer feliz e também poderá correr o risco da má sorte, em que certas decisões precipitadas podem trazer felicidades instantâneas, aparentes, e na verdade poderá ser a coisa mais errônea da sua vida, trazendo dores de cabeça futuras regadas de muita insônia, arrependimento e até uma insatisfação eterna... Enquanto, por outro lado, quem aparentemente saiu perdendo, pode ser grato toda a vida por uma atitude que o adversário, supostamente vencedor, tomou, e o ganhador acabou sendo você, o perdedor oficial.

Ai, ai, esta vida de meu Deus! Será que é tão complicado assim ou o ser humano é quem complica tudo? Mas também acho que o que acontece tem que acontecer, é necessário para crescimento e para fortalecimento.

É bem isso mesmo! Imagine só, você numa partida de tênis, onde você, o jogador, está no completo equilíbrio e seguro, e de repende a bola toca na rede e por alguns segundos, ela fica no ar, e logo vem a insegurança, a ansiedade, o medo, pois, se cair de um lado você ganha, ou se for do outro, você perde.

Mas por outro ângulo, na vitória você perde momentos simples da sua vida que poderia proporcionar a felicidade mais completa. Por exemplo, se você ganha sempre, torna-se famoso, ganha poder, dinheiro, mas por outro lado, perde o conforto, tranqüilidade e a vontade de querer fazer o que consideramos pequeno, mas, inesquecível. Como tomar um sorvete a dois, dar um beijão no seu amor em pleno sinal de trânsito, quando ouve uma música e olha ao seu lado o amor da sua vida dando pulos de alegria , dizendo que a música é mais linda do mundo e achar lindo (ouvindo isso, com quase todas as outras músicas, e a freqüência que só você suporta! rs), adorar ver os desastres atrapalhados do seu lindo amor e por aí vai. Acaba perdendo também a sua própria liberdade, a menos que tudo seja agendado e ponto. Do outro lado, você perde oficialmente, não se torna tão poderoso, não se torna milionário, mas é privilegiado por usufruir de momentos tão simples da vida, que nem precisam ser citados por aqui, e podemos falar com letras bem maiúsculas - NÃO TROCARÍAMOS POR NADA!

"Macht Point", mostra exatamente isso tudo que escrevi acima. Resumindo:
O mocinho, levado pela covardia, ambição e poder, acaba dando um tiro no escuro, comprometendo-se em ser, o poderoso, o estável, o milionário, o ganhador e ao mesmo tempo está sujeito à infelicidade, uma dor que ele poderá dividir consigo mesmo e mais ninguém.
Submetido ao esteriótipo de família, onde todos pensam ser, ideal.
Mas a consciência só sossega quando você morre e às vezes, nem assim!
Então, numa partida, você ganha ou perde, ou não, necessariamante....

Por isso: "AME E VALORIZE AS COISAS SIMPLES DA VIDA!"

Observação: Não galera, essa aí na foto, não é a atriz do filme não, pode até parecer... hahaha Ai ai, quisera, Scarlett Jonhansson, ser eu. Ela iria amar. Ela até que se parece um pouquinho com a Dodozinha aqui, não é? hahaha!!!! Mas, na fotita a cima, sou eu mesma na cidade cinzenta de Londres...

Bjocas da Dod´s!!!!

08 maio 2007

Simplesmente... BELA!

Desde o dia 13 de março de 2006, o "Mineiras, Uai!" inovou em sua formação original, apresentando à world wide web sua mais recente integrante no nosso mundinho bloguístico...

Como não poderia ser diferente, com sua inteligência, delicadeza e elegância ela vem trazendo ao blog novas idéias, novos textos, novos conhecimentos... Tudo com sua irreverência e sabedoria características!

E hoje, caros leitores, 08 de maio de 2007, festejamos mais um ano de vida desta pessoinha linda que, desde o princípio dos tempos deste site (nos idos de agosto de 2004), tem sido uma presença constante, uma mão amiga, um comentário certeiro e inteligente, e agora, há pouco mais de 01 ano, um membro imprescindível e querido neste espaço cibernético que vocês acompanham...

FELIZ ANIVERSÁRIO, BELA!!!

VOCÊ É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS!!!



Bela

Gestos delicados em mãos de menina
Moça tatuada, com olhar certeiro
Suas palavras não mentem, jamais.
Escreve sua alma como quem diz um verso.
Canta e encanta, moça, menina...
És bela,
Izabela!


(Poema por Ana.)




Beijos,

Ana, Dô, Lú.

04 maio 2007

Tem coisa que só acontece em boteco...

Todo ano é a mesma coisa. Mal são anunciados os bares participantes do “Comida di Buteco”, e haja paciência para andar pelas ruas adjacentes aos mesmos, encontrar vaga para estacionar em lugar seguro, esperar mais de hora na fila pela mesa, e por aí vai... Mas como todo dia é dia de cerveja na “capital mundial dos botecos”, não custa nada encarar tudo com muita descontração e sem stress, e de preferência com uma gelada descendo goela abaixo.

Of course, my horse
, tem gente que vai pra boteco só para arrumar confusão. Briga com o flanelinha, briga com o garçon, briga com quem está ao lado esperando mesa, briga com o cara que controla a lista de espera... Enfim, pessoas de mal com a vida assim deveriam ser proibidas de freqüentar botecos. Ou restaurantes. Ou locais públicos. Isso, nem deveriam sair de casa. Melhor, nem deveriam nascer!!!

Mas acontece muita coisa interessante em botecos... Já reparou como é fácil fazer amizade nestes locais? Basta você olhar pra pessoa, comentar da temperatura polar da cerveja e pronto: viraram amigos de infância! Tem gente que até vai sozinha ao bar só pra isso, conversar com estranhos, bater um papo cabeça, e, quem sabe, iniciar uma amizade!

Nos barzinhos do Mercado Central daqui de Beagá isso é uma constante. Você conhece gente de tudo quanto é lugar, tudo quanto é jeito e classe social. Desde um pedreiro a um empresário de sucesso, uma executiva de multinacional, uma prostituta internacional... Lá todo mundo é igual, todos estão ali para se divertir, bicar uma branquinha (tomar cachaça), beber uma loirinha esperta (cerveja estupidamente gelada) e, claro, comer uma carnezinha na chapa acebolada com um jilozinho refogado (ou “afogado”, como diz o povo “da roça”). Qual a carne? Você escolhe: fígado, contra-filé, pernil... Hummmm, deu água na boca! O mais interessante é que os botecos do Mercado equivalem a um corredor de 3x6m, são dois em cada “corredor”, posicionados um em frente ao outro, sem mesas nem cadeiras, e, obviamente, fica todo mundo de pé. Não tem garçons tradicionais também, é claro, pois não caberia no diminuto espaço, disputado entre os beberrões e comilões de plantão! Os cozinheiros ficam na parte de dentro dos balcões, disputando no grito o cliente, como que numa guerra para ver quem é o mais simpático e ganha primeiro a empatia do transeunte que foi ao mercado inocentemente comprar rolhas, pano de prato, ração para hamster ou um peixinho fresco.

Outro dia fui num bar participante do “Comida de Buteco” deste ano, coisas engraçadas aconteceram, a começar pelo local: trata-se do quintal de uma casa de família, que depois vim a descobrir, pertencente a um ex-colega de colégio. Para entrar no boteco, você passa pela garagem da casa (com os carros da família lá dentro), atravessa a área de serviço, desse uma escadinha e chega até o quintal. Acesso para portadores de necessidades especiais? Pode esquecer... No entanto, o local é super aconchegante, é rústico, mas também muito aprazível, fresquinho, com uns espaços cobertos e outros não, tem televisão para ver os jogos do Galo (time do coração dos donos do estabelecimento), mesas redondas feitas com rodas de carro de boi antigas, algumas cadeiras são antigas, e outras, tocos improvisados (pedaços de tronco de árvore), e ainda muitas, muitas plantas espalhadas em todos os cantos, como todo quintal que se preze há de ter.

O nome do lugar também é bem sugestivo: “Pimenta com Cachaça”, iguaria também servida no estabelecimento por apenas R$ 2,00, àqueles apreciadores da tal misturinha... Já o delicioso tira-gosto concorrente tem um nome que é outro caso à parte: “Petisqueijo de filé ao molho PCC”. Antes que me perguntem, não sei o porquê de o delicioso molho de mostarda servido numa cumbuca de tomate maçã ter o nome de PCC. Mas hei de descobrir um dia...

Chegando lá, apenas 4 mesas na frente na lista de espera. 'Bora aguardar um tiquim? Lógico, não deve demorar tanto assim...

- Está lotadaço! (Disse o “hostess”, com um walkie-talkie modernoso na mão.)
- Mas a comida deste boteco é boa, moço?
- Ô, se é!
- Esperaremos então. (Minha fome não permitiria outra fila de espera, em outro boteco em qualquer outro lugar.)

E dito e feito. Mesa para duas, nosso nome foi posto na listagem. Ficamos 2 horas esperando... 120 minutos de estômago roncando. E haja papo! Acabamos fazendo amizade com um rapaz (que aguardava seu amigo chegar) e com um casal (um japonês paulista e sua mulher – mineira, lógico!), que também aguardavam sua vez. Na hora em que fomos chamadas, anunciaram uma mesa para 7 pessoas...

- 'Bora lá, entrar todo mundo junto? (Eu e minha educação...)
- Vocês não se importam? Queremos muito entrar... (Responderam em coro, com excitação.)
- Que nada, a mesa cabe mais gente mesmo! (Sem contar que já estávamos sem assunto, se é que é possível que duas mulheres cheguem a este patamar...)

E lá fomos nós. A mesa acomodou muito bem todos os 6, e o papo foi divertido, rimos até. Principalmente do amigo do rapaz, que já chegou lá “mamado”, depois de todo mundo, com uma long-neck na mão, contando "piadinhas de japonês" (de gosto duvidoso, claro) para o casal, e derramando tudo que estava em cima da mesa... Puxou um espetinho de nosso tira-gosto, o xuxou no molho PCC e ficou lá rodando o palito, uns 5 minutos... Quase perdi a respiração de tanto rir.

Bêbado é foda, não dá uma dentro. Bem que o coitado tentou, mas depois de 4 a 0, parei de contar os foras que ele levava e provocava...

Placar final: Galo 2 x 0 Avaí, pela Copa do Brasil, menos 10 reais na minha carteira, e abdominais feitos de tanto dar risada!

Ana.

01 maio 2007

Seja tolerante, seja feliz!

Nesse fim de semana prolongado com o feriado aproveitei para viajar e fazer uma higiene mental, além de um bom exame de consciência.
Nem sempre páro e fico sozinha comigo mesma, pensando nos erros e acertos da vida corrida. Mas numa fazenda longe de BH, sem computador, sem tv ou rádio para incomodar, somente sentindo o cheiro do mato e ouvindo o som dos bichos e aves, pude estar comigo mesma. E acho que todas as pessoas deviam experimentar essa sensação, nem que seja uma vez no ano.
Assim, descobrimos o que incomodamos nos outros e em nós mesmas e o que podemos mudar.
Nessas idas e vindas de pensamento descobri que a falta de paciência e incompreensão são males que devemos descartar de nossas vidas e de todos os relacionamentos que temos (amizade, namoro, família, trabalho). Reparem vocês também qual é a causa de várias brigas que presenciam... Uma pessoa sempre quer se sobrepor à outra, não tem paciência de conversar, não compreendem situações. E o mundo anda de mau à pior!
Proponho que sempre estejamos abertas a mudanças para alcançar a felicidade!
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos...
É saber falar de si mesmo, é ter coragem para ouvir um não...
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta...
É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem...
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós...
É ter maturidade para falar "eu errei", e ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você"...
E ter capacidade de dizer "eu te amo"...
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz
E quando você errar o caminho, recomece tudo de novo...
Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida,
e descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita,
mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância,
usar as perdas para refinar a paciência...
usar as falhas para esculpir a serenidade...
usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência...
Jamais desista de si mesmo,
jamais desista das pessoas que você ama,
Jamais desista de ser feliz!
Pois é preciso ser feliz sempre!
Beijos,
Lú.