(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
Um blog sobre uai, sô, véio, contos, causos, sentimentos, pão-de-queijo, crônicas, broa-de-fubá, cinema, literatura, fotografia, arte, poesia...
* Agora em novo endereço: www.mineirasuai.com *

29 dezembro 2006

RETROSPECTIVA 2006: ACERTOS E TROPEÇOS

Então é isso, gente, mais um ano chegando ao fim! E podem ter certeza de que temos muito o que comemorar e agradecer neste ano que passou!

2006 foi um ano cheio de novidades aqui no blog, que começou com força total em janeiro, com novo template, impressões das férias, relatos de viagens à cidade maravilhosa, praias e mais praias, e, claro, à Europa né, porquê as mineiras também são internacionais, uai!

Depois chegou o carnaval e as aventuras do feriado mais popular do Brasil com um toque mineiro, seguido da chegada de uma nova integrante pro blog, a Bela, antes leitora e amiga, que publicou o seu primeiro texto aqui em 15 de março.

Para fazer jus à Páscoa, Abril foi um mês de muitas delícias no Mineiras, uai, com apetitosas receitas e fotos de chocolates, e também notícias fresquinhas da Dô lá na Europa! Nesse mês também revelamos segredos até então guardados a sete chaves por nós, em texto sugerido por Jerico e Elayne, como um desafio entre vários blogueiros para ver quem tinha as manias mais estranhas! Será que ganhamos?

Em maio, a Lu conseguiu se livrar de trabalhar como mesária nas eleições, esclarecendo para quem teve a sorte de nunca ser convocado como é dura essa jornada! O aniversário da Bela passou despercebido, mas no próximo ano, as meninas já prometeram não repetir isso (só não poderão revelar quantos anos ela está fazendo, porque isso é muito feio). E a Ana se inspirou bastante no Murphy para explicar como a sua lei sem pé nem cabeça teima em estar presente na sua vida e na da maioria dos mortais. Mas quem foi esse tal de Murphy, heim? Ainda não conseguimos descobrir, e esse permanece um dos grandes mistérios da humanidade...

Em junho, como todo brasileiro, vestimos as cores verde e amarelo para torcer na copa, e nos viramos para concentrar os textos no tema futebol! Pena que não pudemos comemorar o título, mas ainda assim nos divertimos bastante.

Em Julho, a Lu se desdobrou no trabalho para curtir uns dias de férias, mas acabou um pouco chateada porque esquecemos o aniversário dela! Mas depois compensamos com texto lindinho só pra ela, e ela acabou perdoando. Mas o ano que vem isso não vai se repetir, prometido!

Em agosto, o blog fez aniversário de 02 aninhos, mas estávamos todas tão ocupadas que não publicamos o texto na época, que ficou pra ser retocado, mas gostaríamos de deixar registrado agora que o texto foi ao ar, e está publicado lá na página de Agosto, ou então é só clicar aqui! (Photo by Bright Tal.)

Em setembro, a Lu foi surpreendida com uma boa notícia, e hoje segue carreira em um cargo público! A Ana se empolgou com as eleições e com a neurolinguística, enquanto a Bela preferiu temas mais introspectivos.

Outubro demos uma de conselheiras: publicamos dicas de como se livrar de chatos e encrenquinhas, e como aproveitar da vida o que ela tem de melhor. Também nesse mês tivemos um texto nosso citado numa coluna (ixi esse tropeço vai ficar gravado, help, não lembro o nome da coluna, sorry...), que colocou um link do nosso blog, nos trazendo vários leitores novos, que esperamos continuem por aqui nos visitando!

Em novembro, nos divertimos com situações do dia a dia, enquanto a Ana comemorou com seu time de futebol...

Dezembro foi o mês Especial de Natal, com template comemorativo e textos temáticos, nos quais a grande atração foi o Papai Noel. Comemoramos devidamente o aniversário da Ana, que se empolgou com o gorrinho do bom velhinho! Publicamos também, pela primeira vez, um conto de Natal a seis mãos no dia 24, para fechar com chave de ouro esse ano especial!

Entre acertos e tropeços, uma breve retrospectiva. Um agradecimento especial aos nossos frequentes leitores e ano que vem prometemos muito mais textos para vocês!

Abraços a todos, uma excelente noite de virada e começem 2007 com o pé direito! (Só não levem em conta a tentativa da Ana de virar Astróloga e prever o ano de todos os signos...) ;-)

Recadinho da Lu: Ana e Bela, não se esqueçam de pular três ondinhas na praia. Eu não terei essa oportunidade, então pulem seis ondinhas (3 para mim).

Texto by

Lu, Ana e Bela.

26 dezembro 2006

(Im) Previsões para 2007

Alexandre Vaz, do Uai, trouxe aos leitores uma previsão um tanto quanto otimista para o ano de 2007:

O ano de 2007 começa com uma boa notícia para as pessoas. Júpiter, o planeta regente do ano, traz um período de expansão, prosperidade, fé, justiça e religiosidade às pessoas. Boas influências para os profissionais das áreas de Justiça, turismo, esportes e comércio e para os nascidos sob os signos de Sagitário, Câncer e Peixes.

Mas, se você não está encaixado em nenhuma das categorias acima, não esquente a cabeça. A astrologia garante que as vibrações positivas de Júpiter vão beneficiar todas as pessoas.


Ok ok, eu já me encaixei nas duas categorias acima... quer dizer então que o meu ano promete, heim? Rsrsrsrs... ;-)

Mas se você não é foda como eu, não desanime (ainda). De acordo com as previsões de Sônia Scott, trazida pelo jornalista no texto em referência, haverá coisa boa pra todo mundo ano que vem, dá uma lida . Mas enquanto essas coisas boas todas não acontecem, um pouquinho de "pé-no-chãosismo" (ou mal-humor crônico de fim-de-ano) não faz mal a ninguém, certo?

Vejamos então as minhas previsões (hã-hã) para todos os signos em 2007:

Áries: Você reencontrará velhos conhecidos durante o ano todo. Poderá até achar que algo mais profundo irá rolar, mas não se engane: as pessoas não mudam, todos continuarão sendo os mesmos pés-no-saco de sempre. Fuja enquanto pode!

Touro: muitas coisas inesperadas acontecerão na sua vida, quer você goste, quer não. Fazer o quê? Vc tem que conviver com isso e pronto! Os problemas familiares não acabarão, não se engane, pois a tendência é só piorar, todos sabem disso...

Gêmeos: Não se engane, sua vida este ano será estudar, estudar e estudar. Sem querer te desanimar, mas já desanimando, Plutão, que vem te influenciando desde 1996, nem planeta é mais. Ou seja, seu ano vai ser uma merda. Ou não.

Câncer: Tente não ser tão mal-humorado como é normalmente, você terá que lidar com muito stress e situações inesperadas (afinal, a vida não é previsível) em 2007, ainda que Júpiter, o planeta regente do ano, esteja do seu lado. Acredite: ele é só um planeta e não vai mudar seu jeito mala de ser por causa disso.

Leão: Lembra que desde 2005 você vem tentando se organizar? Esqueça. Em 2007 você vai cair na real e ver que isto é impossível! O jeito vai ser apelar para a criatividade: vender bijoux na feira, pintar quadros, fazer malabares nos sinais... Quer que eu te indique o que fazer? Aí já é com você, meu amigo, ta pensando que eu sou o quê? Se vira!

Virgem: você é chato e sistemático por natureza. E isto não mudará em 2007. Ponto. Cuidado com seu Inferno Astral, época do ano em que fica particularmente mais insuportável. (Dica para os familiares e companheiros: fujam enquanto podem, geralmente o Inferno Astral se inicia 1 mês antes do dia do aniversário e só termina 1 mês após.

Libra: Aproveite que você terá mais vontade nos meses de janeiro a dezembro para mudar seu jeito e mude, pois ninguém suporta mais suas chatices. Viaje bastante também, para dar uma folga à patroa e à família.

Escorpião: Este é um ano de grandes transformações para os escorpianos, pois passarão por uma profunda metamorfose em que virarão borboletas. (Ai que meigo!) Mas daquelas beeeeeem egoístas e com mania de mandar nas outras pobres companheiras de panapaná.

Sagitário: Você é espirituoso, bem-humorado mas... está sempre duro... o que continuará em 2007. Sorry. Em fevereiro poderá até ganhar algum dinheirinho a mais, mas não se anime tanto, pois logo, logo o gastará, como de costume.

Capricórnio: Em 2007, os capricornianos podem descobrir que o mundo não está contra eles. Ou não. Provavelmente continuarão sendo teimosos e cabeças-duras, como sempre. Você terá saúde, mas poderá ficar gripado.

Aquário: Otimista de plantão, você acha que todas as soluções para todos os seus problemas aparecerão em 2007. Pare de pensar que tudo só pode ser feito do seu jeito e escute os outros. A vida a dois terá altos e baixos, assim como a vida social, amigos novos chegando e velhos saindo. Assim como sempre foi a sua vida, desde quando você nasceu.

Peixes: Você tem até vontade de ser menos lerdo, e de viajar menos na maionese, mas isso é tão difícil! A probabilidade de isto ocorrer em 2007 é de 1 para 187.456.780.007.545.000.

Ana.

Obs: As (im) previsões acima são fictícias e não foram baseadas em qualquer estudo científico ou sequer conhecimento profundo em astrologia, portanto, qualquer semelhança com a sua vida ou com o desenrolar do ano de 2007 TERÁ SIDO mera coincidência. Juro!

24 dezembro 2006

Um Presente de Natal

Desde que se entendia por gente, Antonino morava na casa de pau a pique construída por seu avô em uma terrinha no meio do sertão. Minúscula gleba de terra que foi passando de pai para filho e da qual saía o sustento de toda a família. Foi com muito orgulho que o pai de Antonino lhe legou a casinha e o pequeno terreno que a cercava no dia de seu casamento com Jacinta, dizendo que com seu trabalho ele seria capaz de cuidar de sua mulher e filhos.

Assim, passaram-se alguns anos de trabalho duro, malgrado a seca que teimava em roubar os preciosos litros de água que nutriam os míseros legumes da horta de Jacinta e cavava profundas entalhas onde Rosinha, a vaca ancuda e magricela deveria ter o seu pasto.

Mesmo trabalhando duro sob o sol inclemente do sertão, Antonino não reclamava da dificuldade da vida e do suor que impregnava o seu corpo no final do dia, pois à noite ele recebia um beijo de Jacinta e um abraço apertado do filho Francisco.

Mas esse ano tinha sido diferente: a seca deu uma trégua a Antonino, o que lhe permitiu conseguir trabalho em uma propriedade nas redondezas e amainar a miséria que reinava na casa de pau a pique. E por isso, com algumas notas no bolso, Antonino resolveu que este ano a família comemoraria o Natal, não apenas com orações à meia noite como sua mãe havia lhe ensinado, mas também com presentes. Suspeitava de que Francisco sequer saberia o que significava o Natal, mas ele iria proporcionar ao filho uma surpresa especial.

Chegou em casa pensando no tecido florido que viu na vendinha da cidade mais próxima, e com o qual Jacinta poderia fazer um belo vestido. Sorriu ao imaginar a felicidade da mulher. Pôs-se, então, a pensar no filho. O que poderia agradar Francisco?

Francisco estava sentado na porta da casa, a camiseta suja de terra e os joelhos ralados, como qualquer garoto de sua idade. Correu para o pai quando o viu se aproximar e o abraçou, pulando em seus braços.

Isso encorajou Antonino a perguntar:
-Filho, o que você quer ganhar de presente de Natal?

Francisco o olhou com um inconfundível brilho de alegria nos olhinhos e disse entusiasmadamente:
- Pai, eu sei o que eu quero. Eu quero NEVE!!!

Assustou-se Antonino com tal resposta, e em seguida questionou ao filho de onde viera ousado pedido. A resposta foi rápida:
- Ouvi a professora Matilde dizer que na Europa as crianças brincam na neve no Natal. Então eu quero brincar com neve também!

Matilde era uma das poucas professoras da “Escola Felicidade” que se preocupava com o futuro das crianças, sem perder a esperança de que dias melhores estavam por vir. Assim, numa de suas aulas de contos, a professora Matilde leu aos alunos histórias sobre o Natal na Europa, e Francisco ficou curioso e encantando com a tal “neve”.

No entanto, este seria um presente quase impossível de Antonino dar a seu filho querido. O dinheiro que havia ganhado mal dava para comprar presentes e fazer uma cesta de comidas. Pensou que a solução seria viajar com o filho, mas para onde? Como?

Com sua pouca escolaridade, Antonino mal sabia qual era a cidade mais próxima que nevava. Havia viajado poucas vezes de barco e nunca de avião, como realizaria o sonho do filho?

Antonino informou-se com as pessoas mais ricas do sertão e descobriu que pouco abaixo da divisa do Brasil, a caminho do Uruguai, estava a primeira cidade que nevava. Mas sair do sertão e chegar até lá, como seria, quanto tempo demandaria... Teria que deixar de construir um Natal feliz para toda a família e apenas realizar o sonho de Francisco.

O coração de Antonino apertou. Jacinta, com seu amor incondicional, acalmou Antonino e disse para rezarem à Divina Providência, que com certeza uma solução apareceria.

Até que na véspera do dia de Natal um anjo tocou em Antonino, e o levou para bem longe da vida. A família inteira ficou alvoroçada, desnorteada, até esqueceu que era o dia do nascimento do menino Jesus. Esqueceu também de Papai Noel, esqueceu seus sonhos e planos. Francisco, da noite para o dia deixou de ser criança, e sentiu o peso do mundo em suas costas infantis, o peso que antes o pai carregava.

Dez anos se passaram e as coisas mudaram muito. Pouco tempo depois da morte de Antonino, Jacinta se juntou a ele, e Francisco se viu sozinho. Agora já era adulto, e cuidava de si com determinação. Casou-se com uma moça da cidade grande, Maria Lúcia, uma menina linda e sonhadora. Logo juntaram dinheiro para poder viajar, e foram tentar ganhar a vida nos Estados Unidos. A América era um sonho, uma chance de ganhar um dinheiro mais valorizado.

Chegaram a Nova York em Março, não estava nem quente nem frio. Chiquinho agora era “Frrranciscow”, como os americanos o chamavam. Fazia de tudo: pintava paredes, lavava pratos, latrinas e andava com os cachorros dos gringos. Impressionante como aqueles animais eram cheios de luxos que ele mesmo nunca tivera, nem sonhara existir.

Maria Lúcia cuidava da casinha que conseguiram alugar, bem longe do centro, e também trabalhava em casa de famílias abastadas, cuidando de crianças e fazendo de tudo um pouco. A vida não era nada fácil, aprender uma língua diferente e aparentemente difícil. As pessoas eram frias, distantes, mas achavam graça do jeito diferente dos brasileiros, do modo como falavam, e das coisas que comiam. Sentiam-se estranhos àquele local, meio excluídos, discriminados, mas levavam a vida assim mesmo.

O Natal ia se aproximando, Chiquinho e Marilú (como ele a chamava carinhosamente) não faziam idéia do frio que viria pela frente. Pela primeira vez viram que realmente uma pessoa poderia morrer de frio, pois até então, só tinham medo da fome e da sede que matava tantas crianças no sertão de onde vieram. Muita chuva e um vento cortante e gelado, e o dia parecia nunca chegar, pois a noite caiu sobre a agitada cidade daquele país estranho, e parecia que nunca mais iria terminar. A vida ficou cinza e sem graça.

Desde que seu pai morreu Francisco não se lembrava do que era o Natal. A Escola Felicidade ficara para trás há muito tempo, assim como a professora Matilde, e as lembranças daqueles poucos anos que vivera na roça em companhia de seus pais, Antonino e Jacinta. Há muito tempo não pensava neles, embora sentisse que sempre tinha uma mão por perto o amparando, nos momentos mais difíceis. Na verdade, Francisco não tinha tempo para pensar nessas coisas. Sua rotina era trabalhar, trabalhar, trabalhar. Muitas vezes dormia menos de 4 horas por noite, pois sua jornada de trabalho era longa penosa.

Não nevou nenhum dia desde que estava na América, de fato, o inverno estava atípico, bem mais ameno, diziam os "new yorkers". Francisco nem se importou, afinal seus sonhos de criança já tinham se perdido, e nem mesmo do pedido de neve de presente que fizera ao pai anos atrás, ele se recordava. Até que na véspera de Natal, o que todos os americanos entendem como bom presságio para a noite do nascimento de Cristo, e para o ano que se aproxima, aconteceu... da forma mais inesperada e estranha que todos os habitantes do planeta já tiveram notícias...

Naquela mesma noite, Francisco e Marilú estavam de folga no alpendre de casa, e juntos bebiam “Cidra Cereser” que compraram numa venda de brasileiros num bairro próximo. De olhos fechados e de mãos dadas, Francisco sentiu um toque leve e gelado em seu nariz. Assustou-se com aquela nova sensação, e abriu os olhos. Os mais belos flocos de neve desciam do céu, e ele ficou cego de lembranças, de emoções, e de tudo aquilo que ficou tão bem guardado em seu coração há tantos anos. Lembrou-se de quando era uma criança, e de tudo o que já vivera: do pedido de Natal, de seu terno pai e da carinhosa mãe.
Por um momento, poderia jurar tê-los visto no céu lá do hemisfério norte, sorrindo e lançando confeitos de gelo. Imediatamente percebeu, como que por mágica, que em nenhuma outra casa da Big Apple caía um só floco de neve! Era como se Antonino finalmente realizasse o sonho do curioso menino, o presente de Natal de conhecer de perto da brancura e a leveza do gelo que caía do céu, e ao mesmo tempo acordasse o adulto Francisco da rotina e da dura vida que levava, para ser feliz com as pequenas coisas e sensações.

Naquela hora, Maria Lúcia anunciou que esperava um filho de Francisco, e a alegria tomou conta daqueles seres embevecidos pela beleza e pelo frescor do presente enviado dos céus.

Cantaram, gargalharam, dançaram, como nunca haviam feito antes.

A partir de então, Francisco entendeu o verdadeiro sentido do Natal: o que a neve trouxe foi a certeza de que seriam felizes, pois a felicidade estava nas menores coisas, e onde quer que ele fosse, nunca mais se esqueceria do amor por seus pais, por Maria Lúcia e o filho que iriam ter, e acima de tudo, do amor que o fazia seguir em frente, apaixonado pela vida, pelos sonhos, e pela magia do Natal.

BERRIES


FELIZ NATAL, NÃO SE ESQUEÇAM DE SONHAR, SEJAM SEMPRE CRIANÇAS E CARPE DIEM!
São os votos das Mineiras, Uai!

Obs.: Conto escrito a 6 mãos, por Bela, Lú e Ana.
Obs. 2: Foto por Edson Martins.

21 dezembro 2006

Eu já vi o Papai Noel


Eu era bem criança (não vou falar “pequena”, pois isso eu ainda sou... rsrs), devia ter uns 04 ou 05 anos. O nosso Natal sempre foi ou em Nova Era, casa dos meus avós, ou com a família da minha mãe, em BH ou Santa Maria de Itabira. Este ano 1984 (ou 1985) estávamos em Nova Era.

Sou a neta mais velha de Soié e D. Aparecida, ao lado do Clóvis Fabrício, que é o neto mais velho, nascido quase 02 anos antes de mim. Éramos muito amigos – ainda o somos, mas o dia-a-dia não nos permite encontrar tanto – e aprontávamos todas pra cima dos meus tios ou dos priminhos mais novos. Naquele ano, o Fabrício estava desconfiando que Papai Noel não existia, tentava me convencer a todo custo, e eu argumentava contra, já gastando todo o meu raciocínio lógico-jurídico que eu nem sabia possuir desde então. Algumas vezes cheguei quase a convencê-lo de que estava errado, mas sua teimosia era grande, e o menino prodígio dos computadores (sim, ele ganhou o primeiro quando tinha 04 anos) não se deixava abater, tudo era muito simples e matematicamente certo.

Naquela noite de Natal, a missão da patota toda era ficar de plantão na sala da vovó, embaixo da árvore de Natal, e com a janela fechada, pra ver se o bom velhinho nos chamaria para deixá-lo entrar e trazer os tão esperados presentes.

Meu pai, preocupado com a nossa saúde (pois não aceitamos sequer um lençol ou travesseiro, tudo tinha que ser bem desconfortável pra não corrermos o risco de cair no sono), tentou nos levar para o quarto, para o quentinho das camas, mas a briga foi grande, e tudo ficou como estava.

Meninos, eu vi! Juro que vi! Eu vi o Papai Noel na janela, que eu abri para ele entrar, conversei com ele, sentei em seu colo, e ele me pediu para ir dormir no quarto e só abrir os presentes na manhã seguinte, para ser uma boa menina e obedecer e respeitar meus pais e avós.

Se foi sonho, eu não sei, só sei que acordei no dia seguinte no quarto, e tudo estava conforme o Papai Noel tinha deixado antes de ir embora!

É por isso que prefiro até hoje acreditar que o mundo pode ser melhor, que a vida pode ser light, sem stress, com mais sorrisos e mais magia... Prefiro acreditar que ainda sou criança e posso brincar e sonhar e dançar e girar até o fim dos meus dias!

Feliz Natal a todos!

Ana.

20 dezembro 2006

HOJE É DIA DE COMEMORAR!


Hoje é dia de comemorar o nascimento de uma pessoa muito especial e querida, nossa amiga ANA LETÍCIA, que faz aniversário em 21 de dezembro.

E não é à toa que ela nasceu assim tão pertinho do Natal: Ana Letícia combina perfeitamente com essa época de festas, alegria, enfeites, luzes, sorrisos e abraços apertados, pois contagia a todos com sua simpatia, animação, inteligência, compreensão, sinceridade e outras mil e uma qualidades maravilhosas.

Por tudo isso, Ana, suas amigas e companheiras de blog oferecem hoje essa singela homenagem à pessoa única que você é, sempre alegre, disposta, bem humorada, que nos presenteia a cada dia com o privilégio de fazer parte de seu círculo de amizades!

Também desejamos muito sucesso, saúde e felicidade para você nesta data tão especial.
Parabéns, parabéns, parabéns!

Muitos beijos com todo o carinho das amigas Lu e Bela.

18 dezembro 2006

A sementinha do espírito natalino


A minha mais antiga lembrança de Natal remonta às ceias organizadas em família, na qual eu e meus priminhos disputávamos as asas do Peru a tapas enquanto esperávamos, inquietos, a chegada do Papai Noel à meia noite. Acontece que tudo isso perdeu muito o charme quando descobrimos que o esperado bom velhinho era ninguém menos que o tio Zé, que, apesar de um tanto magrela para a fantasia, só foi descoberto quando sua barba de algodão caiu estatelada em cima do sofá.

Depois disso, o Natal perdeu um pouco de sua alegria. Algumas pessoas queridas se foram, deixando no ar a saudade de suas risadas; o Papai Noel, após perder sua dignidade, nunca mais nos visitou; e, enfim, e eu meus priminhos crescemos, o que culminou numa ceia sem crianças para alegrar o ambiente.

Hoje em dia a ceia de Natal se resume a um jantar caprichado entre adultos prontos para se empanzinar, e um amigo-oculto sem graça de presentes esperados e obsoletos.
Enfim, encontro-me no “limbo” do Natal: grande demais para esperar o Papai Noel, mas ainda não tão “grande” para ser o Papai Noel de alguém.

Por isso não me desespero se ainda não consegui fazer germinar novamente a pequena semente de espírito natalino que teima em permanecer infértil dentro de mim. Eu sei que ela existe e está escondida em algum cantinho por aqui, mesmo que eu ainda não a tenha encontrado...
Bela

Meu Papai Noel

Eu devia ter uns oito anos quando decidi que o bom velhinho de roupa vermelha e barba branca não existia.

Renato, meu amigo e vizinho da mesma idade, alegava já saber desse segredo desde o ano passado, pois no dia do Natal, seu primo, um verdadeiro e abominável pestinha, ganhou uma linda bicicleta, enquanto ele, que tinha se comportado bem o ano todo, teve de se contentar com uma mísera caixinha de Lego.

"Não que o Lego não seja um presente genial", disse Renato, tentando disfarçar sua decepção, mas, decididamente o carrinho do primo era algo muito mais desejável, o sonho de qualquer garoto dessa idade. “Se Papai Noel existisse de verdade, não daria um carrinho daquele ao meu primo” concluiu (e devia estar certo, pois o menino o quebrou no mesmo dia).
Mas uma determinada hora, cansado de esconder sua decepção, Renato procurou sua mãe, chorando, para saber a razão do descaso do Papai Noel e dela recebeu a notícia de que ele não existia de verdade, que quem comprova os presentes de Natal eram os próprios pais das crianças, e que, por isso estes eram dados de acordo com as possibilidades financeiras de cada um.
A boa notícia é que Renato ficou feliz com esta explicação, pois assim ficou comprovado que ele não tinha sido mal julgado pelo Papai Noel, e curtiu sua caixa de Lego como deveria ter feito desde o início, sem perder sua fama de bom menino.

Mas eu não acreditei nessa versão dos fatos apresentada por Renato, e queria comprovar pessoalmente que o velhinho barbudo e barrigudo não existia. Assim, me preparei para dormir debaixo do pinheiro na noite de Natal, e conferir quem é que deixava os presentes lá.

Minha mãe arrumou minha cama no sofá, naquela noite, e eu me deitei, acreditando que conseguiria me manter acordada até a hora em que os presentes deveriam “aparecer”. Mas o inesperado aconteceu, e eu dormi...
Abri os olhos de mansinho, e eles estavam lá, embrulhados em papel brilhante e fitas coloridas, debaixo das luzinhas pisca-pisca do pinheiro.

Levantei com um pulo e fui tirar minha irmã da cama.

Na maior algazarra, estávamos as duas abrindo os presentes, rasgando furiosamente os embrulhos e espalhando as fitas e os papéis pelo chão, admirando ruidosamente nossas Barbies, walkmans, etc. quando ouvimos um murmúrio vindo do quarto dos nossos pais.
No minuto seguinte, meu pai entrou na sala, de pijama amassado e com uma inconfundível cara de sono, e, com a voz que normalmente era reservada para as broncas, disse:

-“Olhem que horas são!

Me virei para o relógio na parede e constatei, espantada, que eram apenas três horas da manhã.

Papai sorriu e nos abraçou.
E eu descobri que Papai Noel existe sim, mesmo que ele não use roupas e gorro vermelho e não ostente longas barbas brancas.
Bela

13 dezembro 2006

Você já ficou extasiado diante da beleza de uma criança?
Você já contemplou, maravilhado, um céu em noite de estrelas?
Você já teve medo de uma noite de tempestade?
Você já se entusiasmou diante da enormidade de uma montanha?
Você já se emocionou ao ver um trabalhador realizando o seu trabalho?
Você já amou?
Você já sentiu saudades?
Você já refletiu sobre o que é Paz, Serenidade, Alegria, Amor?
Você já sentiu que Paz, Serenidade, Alegria e Amor vieram para ficar?
Você já notou que depois de Alegrias e Tristezas tudo dentro de você se aquietou?
Você já entendeu que a vida interior e a vida exterior não podem se separar?
Você já se lembrou que antes de você outros já viram isso tudo e sentiram essas emoções?
Você já parou e pensou, hoje?
Você já percebeu que é NATAL?

Eu particularmente amo o Natal!!!
Ao contrário de muitos, como você Bela, que não gostam desta época do ano, acho que pelo menos nesse período as pessoas se sensibilizam mais, despertam para o lado social, para os enlaces familiares, para o amor!
O mundo vive um caos com a falta de muitos sentimentos durante o ano, e se a solidariedade e o amor ainda faltassem na época do Natal, tudo pioraria mais!
Por isso, que brinco como criança, rezo para o Menino Jesus abençoar, amo minha família de montão e quero vê-la unida, por mais que contratempos aconteçam no dia-a-dia.

Quero continuar a ter sonho de menina... um friozinho de neve no ar... um cheirinho de bolo de chocolate assado... alguns presentes arrumados... um sapatinho na janela com o desejo que, de presente, o papai noel mande paz e saúde aos homens...
Este é o meu NATAL!

Beijos, Lú

07 dezembro 2006

É, cresci!


Outro dia mesmo falei isso num comentário em outro blog: quando era criança, eu simplesmente A.M.A.V.A final de ano... Vinha chegando novembro e dezembro, eu fazia contagem regressiva, na maior empolgação. Afinal, em breve chegaria meu aniversário (21.12, hã-hã), Natal e Réveillon, sem contar que as aulas do colégio estavam acabando – na minha época o ano letivo não era absurdamente gigantesco como é hoje, e no iniciozinho de dezembro a escola entrava de férias... Aulas de novo, só em fevereiro do outro ano: Ô vida boa!

Também, ficava à toa 02 meses, com um monte de festa, presentes para ganhar, viagem para a praia (geralmente Cabo Frio ou Iriri... na pior das hipóteses, iria para casa de meus avós em Nova Era, ou, se ficasse em BH, muita bagunça na casa das primas, banhos de mangueira no sábado ensolarado, ao cinema, comer bobagem, vídeo o dia todo, etc, etc...).

E quando o ano novo chegava era ainda melhor, pois tinha a ansiedade de começar as aulas, a nova turma, “Será que o fulaninho vai estar na minha sala?”; “Será que vou ficar junto com minhas amigas de novo?”... E dá-lhe compra de estojo e canetas perfumadas e coloridas, caixa de lápis de cor novinha em folha, encapar caderno, agenda nova, quem sabe rolava uma mochila bem “transada” nova...

Hoje em dia, o as coisas mudaram ou fui eu que mudei? Ou melhor, eu cresci né? Será que estou ficando velha e rabugenta? Para mim, depois que virei “gente grande” (ah tá, com 1,58m... rsrsrs), fim de ano é sinônimo de STRESS: muita chuva, trânsito caótico, falta de dinheiro, gastos excessivos com presentes e fechamentos de contas, o 13º que não dá pra nada, correria com prazos “pra ontem” no trabalho, pois todo mundo deixa tudo para a última hora e acaba sobrando pra mim... Ixi! O ano acabou e eu nem vi...

É! Eu era feliz... e sabia!

Ana.

02 dezembro 2006

Dicas (pré) natalinas

Eu sei, ainda falta praticamente um mês para o Natal, mas nunca é cedo para nos informamos sobre como evitar gastos estratosféricos tão comuns nesta data. Além de tudo, dizem que mineiro é econômico e prevenido, e as mineiras, como boas representantes da mineirice, não costumamos perder o trem, uai!

Acontece que nessa época do ano, muitos cidadãos felizes por estarem com o décimo terceiro no bolso (o que certamente não é o meu caso) acabam torrando o que seria uma graninha bem razoável em gastos inúteis e despesas desnecessárias e começam o ano no vermelho, logo quando pipocam os abomináveis mas não adiáveis impostos (IPTU, Seguro Obrigatório, IPVA, etc.).

Por isso, economizar neste Natal pode render ótimos frutos para 2007, pois tem algo pior do que iniciar o ano novo cheio de dívidas?

Então, se prestarmos atenção, veremos que pequenos detalhes acabam por fazer muita diferença no bolso, mas quase nenhuma na alegria das festividades que imperam nessa data.

Quer ver só? Confira as dicas abaixo:


* Planejar, antes de tudo.
Sabe aquela caderneta guardada há séculos no fundo da gaveta? Pode desenterrar! Para evitar gastos desnecessários, você deve saber exatamente o que comprar, e pra isso vale usar da velha e boa listinha. Presente pra tia avó? Vai pra listinha. Cartão pro namorado? Também! E não se esqueça de acrescentar na listinha o Peru, a grande estrela onipresente do Natal. O objetivo da listinha é evitar cair na tentação de comprar coisas desnecessárias e ficar perambulando pelos corredores dos supermercados e shoppings, garantia de gastos inúteis e amargos arrependimentos.

* Pesquisar, pesquisar, pesquisar.
A dica seguinte é dar uma de Sherlock Holmes e pesquisar no maior número de lojas e supermercados possível à procura do melhor preço. Uma boa dica é pesquisar também em lojas virtuais, pois os livros, por exemplo, costumam ser até 20% mais baratos nas livrarias online, que, inclusive, costumam nem cobrar frete na época do Natal.

* O que todo mineiro sabe fazer: pechinchar!
Já decidiu a compra? Antes de pagar, não deixe de pechinchar para obter um desconto. De dez tentativas, ao menos uma terá êxito. Tente pelo menos obter um desconto para pagamento à vista, que deve ser de no mínimo 5% . Deixa disso de ter vergonha de pechinchar, pois pode fazer uma diferença enorme no final. Como a sábia vovó preguava, vergonha é roubar e não poder carregar!

* Não deixar para amanhã o que você pode (e deve) pagar hoje.
Tenha na cabeça que o objetivo final é começar o ano sem dívidas. Para isso é bom que as compras sejam feitas à vista, preferencialmente em cash (tá bom, pode ser cartão de débito). Para isso, deixe o cartão de crédito e o talão de cheques em casa para resistir às indecorosas propostas de pagamento em parcelas a perder de vista...

* Não deixar para amanhã o que você pode comprar hoje.
Você entendeu certo: o segredo é antecipar a compra. Os preços tendem a estar mais baixos no início de dezembro, quando os lojistas tentam atrair o consumidor para as compras de Natal, iniciando a campanhas publicitárias. Pode apostar, já na segunda quinzena do mês, os preços começam a subir, e atingem seu auge com a proximidade das festas, e só baixam novamente no dia 23 e 24, quando os supermercados e lojas tentam se livrar do excesso da mercadoria que não foi vendida. Mineiro (ou não) bom é aquele que não deixa nada pra última hora. Senão, tem que se contentar com os restos, o que é inadmissível!

* Prestar atenção no mercado.
Ao contrário do que todo mundo imagina, esse ano alguns produtos importados podem sair mais baratos que os nacionais. Comparados ao ano passado, os importados chegarão às prateleiras brasileiros 10% mais baratos em razão da queda do dólar. Os panetones importados, por exemplo, terão preço 6% menor que os nacionais, os vinhos e espumantes estarão 7% mais em conta. Sem falar naquele chocolatinho chique pode muito bem fazer papel de presente pra sua sogra chocólatra sem pesar na receita.

* Valorizar o Brasil.
Sempre achei que devíamos nos desprender do estereótipo europeu do Papai Noel com bota de couro até o joelho e casaco de pele rebordado em pleno verão de 42 graus. Me admira muito que as criancinhas brasileiras ainda acreditem no bom velhinho! Mas o paradigma do Natal Europeu também deve ser quebrado no que se refere à mesa natalina. Pratos gordurosos e pesados não caem bem no verão brasileiro, pois são mais adaptados ao inverno! Além disso, castanhas, nozes e avelãs são mais comuns em países europeus e, portanto, mais caros no Brasil. Assim para fugir dos gastos e tornar a ceia um pouco mais brasileira o ideal seria substituir os alimentos tipicamente europeus por frutas frescas e secas brasileiras. Que tal uma bela cesta de ameixas, pêssegos, nectarinas, pêras, e maçãs, como sobremesa?

* Pôr a mão na massa!
Cozinhe no lugar de comprar pratos prontos, que normalmente são muito mais caros! Inclusive, isso tornará a sua ceia muito mais pessoal e aconchegante, pois o sabor da comida caseira não se compara a nenhum buffet, por melhor que ele seja! E na hora de preparar a comida, não quebre a cabeça pensando em algo sofisticado ou complicado: para agradar, basta que seja preparada com carinho. Valorize sempre o seu toque pessoal na preparação do prato!

* Seguir a moda: criar, personalizar, customizar!
Quem disse que seguir a moda custa o olho da cara? Na crista da onda das maiores tendências da moda, customize o seu presente! Como assim? Criando alternativas para presentear as pessoas queridas sem gastar muito, com a vantagem de acrescentar um caráter pessoal aos seus presentes! Com certeza o presenteado se sentirá ainda mais valorizado. Nessa hora, vale tudo, quanto mais criativo melhor: crie estampas personalizadas para simples camisetas brancas (tie-die, por exemplo); aprenda a fazer trufas e monte uma linda caixinha de chocolates por um preço mínimo, etc. No meu caso, eu sempre gravo um CD para meus amigos mais próximos, com uma cartinha simpática, e tenho certeza de que todos adoram. A Ana, por sua vez, presenteia os amigos com lindos arranjos em origami! São uma beleza, vocês precisam ver!

Enfim, ainda é cedo para desejar um feliz natal para o querido leitor, mas espero que vocês tenham ótima disposição (e paciência) para preparar a festença, pois, como dizia um grande professor meu, o melhor da festa é esperar por ela!

Bela

28 novembro 2006

Meus queridos e velhos diários

Ontem aconteceu uma coisa muito peculiar comigo. Arrumando o meu armário (o que por si só já é uma coisa peculiar, mas esse texto não é sobre isso) eu reencontrei uma pilha enorme de agendas e de cadernos antigos de anotações, nos quais eu escrevia algumas observações sobre o dia a dia, relatava acontecimentos marcantes, idéias interessantes que surgiam do nada, fazia listas de afazeres e, claro, também registrava algumas confidências. E isso desde 1995, quando eu ainda conseguia contar a minha idade usando as duas mãos e um único pé!

Mantive esse hábito por longos anos (OK, confesso, faço isso até hoje, mesmo achando arcaico anotar coisas em pedaços de papel) e reler esses “diários” antigos sempre me marca pelas emoções que isso me desperta. Às vezes nem me lembro mais do acontecimento que motivou determinada anotação, ou sequer tenho uma vaga lembrança dos personagens de algum evento, mas na maioria das vezes os meus cadernos são hilários! Como estou boazinha hoje, resolvi compartilhar com vocês algumas das observações que me divertiram ontem.

14 de novembro de 1994
Hoje o M. me pegou brincando de barbie no quarto da minha irmã. Será que ele reparou que eu estava brincado mesmo? Disfarcei fingindo que estava só colocando uma roupinha na Cremilda para a minha irmã, mas eu tive que emprestar a MINHA barbie pra ela, o que eu ODEIO. Chato, chato, chato.

Ainda brincava de boneca mas já tinha interesse no sexo oposto. Acho que era normal, as meninas de hoje é que são precoces demais. No entanto, parece que eu estava mais preocupada com a boneca do que com o menino. Mas para o ato cruel de batizar a boneca de “Cremilda” eu não tenho desculpas

25 de fevereiro de 1995
Encontrei com o M. hoje. Ele me deu um ursinho de pelúcia (na verdade dois, porque é uma mãe panda abraçando um filhote). Pena que eu odeio esses bonecos feiosos, não servem pra nada. Vimos "Cemitério Maldito" e até que foi legal. Acho que pode até dar certo porque ele não gosta de futebol e nem arrotou depois de beber Coca-Cola.

Será que essa era a idéia que eu fazia do homem ideal? Mas eu deveria estar enganada, porque definitivamente NÃO deu certo. E eu não gostava de ursinho de pelúcia porque não ia combinar nem um pouco com meu morcego tamanho real pregado na parede do quarto (e que fazia barulho de morcego de verdade!).

05 de Abril de 1997
A partir de hoje quero começar a fazer tudo diferente. Quero ser uma nova pessoa, aquela que eu deveria ser há muito tempo. Já deveria te percebido o quanto me desviei do meu caminho!

Credo, o que eu será que eu tinha feito? Fiquei até com medo e preocupada, mas não consegui lembrar de nada específico...

12 Setembro de 1998
Saiba ter calma para decidir. Hesitar é normal. Só encontramos as respostas quando não estamos mais aqui. Agora o que vale é cumprir o seu plano, e na hora certa procurar ajuda.

Parece mensagem psicografada, mas também não lembro de ter mexido com isso em algum momento da minha vida.

16 de Abril de 1999
O fim de semana na Suissa (sic) foi legal, mas ultimamente não ando com ânimo pra essas coisas. Só fico pensando na hora de voltar pro Brasil. Será que vai ser estranho? Recebi carta da Ana hoje. Parece que ela está se divertindo na faculdade. Na verdade, todo mundo está se divertindo, só eu é que fico em casa esperando alguém escrever pra mim, o que, meu amigo, não acontece todo dia. Peguei o carteiro entregando as cartas e ele parece o Ed Harris.

Depois disso aprendi que Suíça em português é com ç. E se eu soubesse como hoje eu sinto saudade de lá, acho que teria aproveitado mais. E essa Ana que estou falando aí é a mesma do blog, viu Anita? Tenho todas as cartas que você me enviou nesse ano guardadinhas! Agora, me dirigir ao caderno como “meu amigo” é inédito! Quanto ao carteiro, ele era mesmo a cara do ator americano Ed Harris, disso eu lembro!

27 de outubro de 2000
Minhas promessas pro ano que vem são:
1) emagrecer 3 quilos
2) arrumar meu quarto (sem enfiar a bagunça toda no armário)
3) passar hidratante todo dia
4) marcar dentista
5) anotar os cheques emitidos (fazer talão!!!)
6) aprender a tocar violão
7) beber no mínimo dois litros de água por dia

Acho que vou repetir essas promessas esse ano. Até hoje a única coisa que eu fiz foi ir ao dentista!
Bela

24 novembro 2006

Todo dia

Todo dia ela faz tudo sempre igual. Acorda às 06h00min, banha-se na sua KDT, ducha bem forte e quente, o banheiro fica envolto em nuvens de vapor – é assim que gosta. Lava suas partes com seu sabonete Dove e ao final, banha-se de óleo trifásico aroma de maracujá.

Veste suas roupas de trabalho: uma calça corsário, camiseta de liganete, sandálias. Nada muito sofisticado, pois não deseja chamar muita atenção. Na bolsa preta, de couro, sempre um kit “básico” composto de batom, espelhinho, guarda-chuva, dinheiro pro táxi e emergências, uma fruta, uma barrinha de cereais coberta com chocolate, lencinho de papel e, claro, creme para as mãos e o celular.

Já está cansada daquela rotina diária, mas tem que ganhar a vida, não é? Caso contrário, como poderia viajar para Cabo Frio todo feriado prolongado e a cada 15 dias, onde passa quase metade da semana? Tinha a sorte de seu emprego permitir estes luxos, casa própria, apartamento na praia... Também, já está na praça há muitos anos, e todos já sabem de suas necessidades e horários, nem precisa dar explicações.

É dona de seu nariz; mesmo viajando, consegue controlar seus mais de 05 funcionários. Graças a eles, aumentou em muito seu lucro, e assim conquistou uma posição confortável e criou os filhos (todos tinham carros próprios e se formaram numa universidade, e ela se orgulhava disso). Hoje cada um já constituíra família e muito raramente dava algum sinal de vida. Era compreensível: durante toda a vida deles ela trabalhara para sustentá-los, o dia todo, já que o marido morrera pouco depois do nascimento da prole.

Ingere o café-da-manhã de sempre: pão integral com queijo, iogurte natural com frutas, café preto bem forte. Come bastante para agüentar a rotina matinal. Às 07h30min sai de casa e toma o táxi com o motorista habitual.

Próximo ao trabalho, pede ao choffeur para encostar o carro junto ao meio fio 3 quarteirões antes do seu destino final. Mesmo que ele fosse de confiança, ela tinha medo que descobrissem seu empreendimento. Violência, sabe como é, né? Essa onda de seqüestro relâmpago não é brinquedo não!

Anda o primeiro quarteirão já fora do carro. Agora está sozinha e segura. Agacha-se no chão à procura de algo... Após breves instantes, encontra o que procurava: um pouco de graxa de automóvel. Espalha uma mínima quantidade em seu rosto e braços. O suficiente para ninguém reparar seu bronzeado da última temporada em Cabo Frio. Hoje é quinta-feira, e é o primeiro dia que vai ao trabalho, desde a semana anterior. Está pronta.

Mais 02 quarteirões e chega ao destino. A rua está movimentada, muitos carros luxuosos passando. O sinal fica vermelho. Pronto! Pode fazer sua cara de sofrida que a ajudara nesses anos todos. Ninguém resistia a uma idosa suja e mal vestida tão cedo pela manhã. Ganhava de tudo: de moedas de R$ 0,05 a notas de R$ 100,00, marmitex, pizza, frutas. Num só dia ganhava em média R$ 500,00, isso fora a porcentagem de 30% dos seus funcionários, cada qual em seu ponto estratégico da capital.

Almoça no restaurante popular – almoço a R$ 1,00 – afinal de contas, durante o trabalho precisa manter as aparências. Muitas vezes deixam que ela coma de graça por lá. A comida nem é tão ruim, cada dia tem um cardápio diferente e saboroso, dizem até que é preparado por nutricionistas.

A tarde passa mais devagar. 17h30min: hora de largar o batente. O dia foi bom, amanhã tem mais. Sábado e domingo não! São os dias de cuidar da casa e tomar sol na sua piscina.

Entra no banheiro público, é horrível ter que dividir aquele espaço com tantos vagabundos miseráveis... Mas, fazer o quê? São ossos do ofício. Aproveita para limpar-se da graxa.

Liga de seu celular para o motorista de costume.

Entra no táxi de volta para casa.

O dia acabou.

***

Ps.: Esta é uma obra de ficção, baseada em fatos e pessoas reais. Não se assustem, qualquer semelhança com a realidade não será mera coincidência.

Ana.

16 novembro 2006

Madeleines perfeitas!


Finalmente descobri a receita perfeita de Madeleine (aquele tão famoso bolinho imortalizado pelo escritor francês Marcel Proust, ao qual eu já fiz referência várias vezes aqui).

Interessante é que a receita segue uma lógica e uma sistemática análogas à obra do escritor.

Também há um segredo na confecção das Madeleines, um segredo de perfeccionista que faz toda a diferença, assim como as longas e bem construídas frases do escritor francês (calma que eu vou revelar o segredo logo aí embaixo).

Reparem que as quantidades dos ingredientes são proporcionais, e o resultado final, pura delícia: um gostinho de infância, uma mistura singela de suavidade e sofisticação.

Deguste com chá e com a leitura do capítulo 2 do volume 1 de Em Busca do Tempo Perdido (não é a parte que fala da Madeleine, mas na minha opinião, esse capítulo constitui uma obra à parte,e sintetiza todos os leitmotivos da Busca).

125 g de açúcar
125 g de farinha
125 g de manteiga
2 ovos
2 limões (só a casca, raladinha)
2 colheres (de café) de fermento

Bata os ovos com o açúcar, até formar uma mistura clara e fofa. Acrescente a farinha e o fermento peneirados, e bata até incorporar. Acrescente a manteiga derretida e as casquinhas de limão. Deixe descansar por 20 minutos (esse é o imprescindível segredo da perfeição) e despeje em forminhas untadas, preenchendo-as até 2/3. Asse por 15 minutos no forno pré-aquecido a 220 °C , e desenforme quando ainda estiverem mornas. Rende aproximadamente 16 madeleines, mas é claro que isso depende do tamanho da forma. As minhas são pequenas, menores que as de muffin, pra vocês terem uma idéia.


Bela.

* Foto by eatzycath's.

09 novembro 2006

Mistérios da Gastronomia

Assim como todos os ramos do conhecimento humano, a gastronomia pode nos reservas muitas surpresas, pois o paladar é um dos sentidos mais aptos a nos proporcionar prazer e sensações indescritíveis.
No entanto, as surpresas proporcionadas pela gastronomia não se restringem ao sabor da combinação dos alimentos e da preparação dos mesmos. Ao contrário, a culinária pode ser muito mais surpreendente do que o singelo prazer de degustar uma apetitosa iguaria, a começar pela investigação dos ingredientes que compõe a sua guloseima preferida.
Mas, preste atenção, a surpresa da qual eu estou falando não é necessariamente boa ou ruim. Às vezes a gente simplesmente não sabe. Não entendeu? Acompanhe comigo e veja se você sabe do que são feitos ou de onde vêm os seguintes quitutes:

Pipoca Guri

Pipoca Guri é aquela pipoca doce que vem num saquinho cor de rosa choque e que todo mundo já deve ter provado, nem que seja na infância. E se não fez isso, não teve infância. Alguns acham que a pipoca é feita de arroz. Arroz? Não sei. Minha mãe diz que são feitas com milho de canjica. Eu só sei que as “pipocas” parecem molares super crescidos e tortos, mas também não sei explicar por qual razão algumas são crocantes e doces enquanto outras são duras, escuras e amargas. Porquê, heim?

Queijo Polenguinho

Na embalagem vem escrito que é queijo fundido. Fui pesquisar e descobri que o queijo fundido é “resultante da fusão de variados tipos de queijos, o que permite a obtenção, pelo calor e adição de sais especiais, de uma pasta homogênea, de grande brilho e sabor uniforme”. Pasta de queijos? Me pergunto: que queijos são esses? De onde vêm esses queijos? Para onde vão esses queijos? Sei que minhas perguntas permanecerão sem resposta, mas espero que o responsável pela indústria dos polenguinhos não tenha uma irmã como a minha cujo tênis tem o exato aroma de um queijo gorgonzola.

Cereja Maraschino

Alguns devem estar se perguntando o que é a cereja maraschino, mas calma, eu explico: trata-se daquela cereja redondinha, vermelho vivo, que geralmente é colocada em cima de sundaes e bolos de aniversário. Mas eu sei que aquilo não é cereja coisa nenhuma. Primeiro, porque a cereja maraschino é transparente, o que decididamente a cereja de verdade não é. Depois, eu amo cereja, e simplesmente odeeeeeeio cereja maraschino. Vai dizer que é a mesma coisa? Inclusive, aquilo pra mim não passa de uma bolinha de chuchu tingida e melecada de calda.

Torresmo

Acho que sei o que é, mas eu me recuso a acreditar que alguém em sã consciência possa se deliciar com pedaços de gordura e pele de porco fritos. É muito ruim para ser verdade. Alguns torresmos têm até pêlo! E o gosto indelével de borracha queimada que fica na boca? Estranho, muito estranho...

Tender

Que diabos vem a ser isso, um “tender”? Ou vocês acreditam na existência de um leitão super desenvolvido na forma de bolinha com casquinha crocante e vermelha que só dá o ar da sua graça no Natal? Pois eu prefiro acreditar em Papai Noel! Acho que o tender só pode se originar do mesmo porquinho de Chernobyl geneticamente modificado e cromossomicamente alterado usado na elaboração dos hambúrgueres daquela famosa lanchonete americana que todo mundo sabe o nome. Ou seriam os hambúrgueres de Minhocuçu? Mas espere aí, isso já é outra história...

Geléia de Mocotó

Alguém já foi numa delicatessen ou padaria e voltou com potinhos de geléia de morango, damasco, framboesa e... mocotó? Pois é, nem eu. O pior é que tal é o nome da infame substância semi-gelatinosa supostamente extraída de cascos de bovinos! Vai ver geléia de mocotó não é geléia mesmo, e só usam esse nome para enganar as criancinhas! Só sei que na minha única e remota experiência com a dita cuja descobri que tem cheiro e aspecto de pneu velho e aposto que a intragável mistura foi desenvolvida em alguma perigosa usina nuclear, talvez as mesmas dos porquinhos do Tender.

Champignon de Paris
Compramos em vidrinhos os simpáticos cogumelos que usamos em molhos, tortas, strogonoff, etc. Mas serão mesmos os champignons simples cogumelos? E mais, cogumelos de Paris? Acho que isso não passa de conversa fiada, pois os insípidos e borrachudos ingredientes são todos iguaizinhos entre si, e se parecem mesmo é com mini-clones de alguma espécie alienígena, com direito até a chapeuzinho! Alías, alguém já ouviu falar em plantação de champignons em Paris? Me engana que eu gosto!

Chips

Pra mim, isso não passa de um maligno experimento da Elma Chips. Só gostaria de saber quem teve a temerária idéia de combinar textura isopor com sabor artificial de algum queijo duvidoso, e, ainda, adicionar essência chulé antes de vender a gororoba resultante como salgadinho para crianças inocentes. Isso deveria ser crime hediondo, gente.


Isso tudo sem falar no ovo cozido que misteriosamente apresenta um tom arroxeado no limite entre clara (que deveria ser branca) e a gema. Essa anomalia geralmente é encontrada em pizzas sabor portuguesa encomendadas naquelas pizzarias de fundo de quintal, sabe-se lá porquê. E a Coca Cola? Dizem até que alguns usam para limpar motor de caminhão e desentupir pias. Bom, é melhor parar por aqui mesmo, pois já está chegando a hora do almoço.
Bom apetite para todos!

Bela

07 novembro 2006

Vamos subir Galôôôô!

Vamos subir Galôôôôô!

Coração Atleticano, ô ô...
Coração Atleticano.
Tem a força, tem a raça.
Tem a alma, desta MASSA!

Torcida


Mais fotos, aqui.
Mais torcida, aqui.
Mais textos, aqui.


Com um pé e meio na primeira divisão...

Ana.

(Lulis, foi mal, mas tive que fazer isso hj...)

06 novembro 2006

O Cavalo Livre de Tróia

Taí uma excelente oportunidade para os bloggeiros / mineiros de plantão se encontrarem:
o "filho" do meu amigo, primo (e, após muita insistência, bloggeiro) JOÃO LENJOB finalmente, e após tanta promessa, vai nascer!

O parto de "O Cavalo Livre de Tróia", livro de poemas do "Joãozinho de Nova Era", já tem data e local marcados:

08 de Dezembro de 2006, às 20h, no Teatro Casanova

Av. Afonso Pena, nº 1.500, 18º andar.

Todos estão convidados, eu estarei lá!

O Cavalo Livre de Tróia

Vejo vocês lá!

Ana.
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Belo Horizonte
João Lenjob

Em cada esquina
Uma bela menina
Me beija
Em cada beijo
Uma bela cerveja
Me ensina
Posso subir a Bahia
Brincar na Pampulha
Conhecer o Mineirão
Fazer a arte e querer ser bom
Ir ao Mangabeiras, o parque
Talvez Municipal
E correr Floresta, Lourdes, Santa Teresa
Belo Horizonte real, minha nossa, sua.

30 outubro 2006

Os donos da conversa

Pegando uma carona no último texto da Ana, já perceberam como em qualquer reunião de mais de três pessoas sempre estará presente um ou mais dos tipos abaixo descritos?
Festa de família, reuniãozinha de amigos na mesa do bar, batizado de criança, enterro de cachorro, fila de cinema, e até encontros casuais no meio da rua, lá estão eles, disfarçados de bons samaritanos. Ou não.
Esclareço que esta não é uma obra de ficção: qualquer semelhança com a realidade é mais do que uma simples coincidência. Nomes não serão citados para evitar possíveis constrangimentos. As técnicas de repressão citadas foram testadas com grande índice de êxito, mas a autora se coloca aberta a novas sugestões.

O pedante

Descrição: Inicia todas suas frases com “no curso de francês medieval que eu fiz...” ou “na minha última viagem a Londres eu...”. Não deixa passar a oportunidade de comentar detalhadamente o último filme do Almodóvar (mesmo que seu interlocutor não tenha visto a película) e simula espasmos de incredulidade quando descobre que uma pessoa não leu a obra completa de Bukowski. Tem opinião formada para todos os temas e assuntos, exceto futebol e a nova temporada do Big Brother, e sempre que pode critica o Paulo Coelho e o Código Da Vinci.
Como reconhecer: Anda sempre com um livro na mão, de preferência com um título complicado e autor de nome impronunciável. O tipo qualificado anda com um livro em língua estrangeira. Costuma usar óculos de aros pretos, e ostenta orgulhosamente aquele tom branco-escritório de quem não vê um solzinho há séculos.
Como se proteger dele: Apresente-se para ele como “Fulano/fulana, PhD”. Isso já será um balde de água fria para o ânimo do Pedante. Quando ele iniciar algum assunto que você ignora, diga que se recusa a discutir o tema desde a publicação do artigo de Hijstch (pode ser qualquer nome com muitas consoantes e poucas vogais que lhe vier à mente). No mínimo, isso vai calá-lo até a próxima vez que vocês se encontrarem.

O Experiente

Descrição: Sempre tem uma história para contar, um episódio super interessante que aconteceu com ele. Desde viagens incríveis a experiências amorosas complicadas, tudo, absolutamente tudo já foi vivenciado por este agraciado cidadão. Por isso ele não poupa relatos exclusivos de suas experiências sensacionais e sempre tem um "ótimo" conselho para dar.
Como reconhecer: Costuma se disfarçar bem em festas de família e mesas de bar. Denuncia-se quando pergunta “Quer um conselho?” e se entrega quando o conselho seguido não surte os efeitos desejados.
Como se proteger dele: Treine em casa o relato detalhado de uma operação de mudança de sexo, recheando o seu discurso com descrições de imagens, sem esquecer das metáforas e outros estilos de linguagem. Ou pergunte-lhe quando será lançada sua autobiografia.


O monopolizador hipocondríaco

Descrição: Esse tipo simplesmente desconhece o real sentido da palavra “diálogo”. Se você, inadvertidamente sacar um singelo “tudo bem?, mesmo que a entonação interrogativa no final seja leve, o monopolizador hipocondríaco aproveitará a oportunidade para contar minuciosamente como sofre com suas dores nas costas, como ocorreu cada consulta médica sobre isso, além de relatar os constrangedores efeitos colaterais dos remédios receitados. E se por um infeliz acaso você tiver tentado iniciar esse diálogo na casa dele, ainda será obrigado a assistir o vídeo da operação na coluna do dito-cujo. Haja estômago.
Como reconhecer: Esta anomalia da comunicação se manifesta principalmente nos indivíduos na faixa dos 60 (sessenta) anos ou mais.
Como se proteger dele: Simplesmente desista do gentil e quase automático “tudo bem?”.
... E uma boa dose de sorte para escapar deles.
Bela

26 outubro 2006

Os Donos da Situação

Já reparou como sempre existiram aquelas pessoas que se sentem os donos da situação? Em qualquer lugar, é impressionante...
Claro que você pode ser o dono da situação num bom sentido, e isso é muito muito, obviamente.
Quando falo dos “donos da situação” para dar título a este texto, poderia ter dito: “gostosão da bala Chita”, “poderoso chefão”, “todo poderoso”, etc, etc... Enfim, vocês entenderam.

Vejamos então:

O folgado

Este aí não está nem azul se você está com pressa e quer passar no corredor. Ele simplesmente pára bem no meio para bater papo com o seu coleguinha, e de forma que, ou você aguarda mais 5 minutos, ou pede licença educadamente – e o folgado finge não te escutar – e aí você espera os 5 minutos da mesma forma, ou você passa encostando no sujeito, o cara ainda te olha de lado e você derruba seus papéis no chão – já que precisou fazer contorcionismo pra poder se espremer no minúsculo espaço que te sobrou.

(Atenção! O sujeito acima descrito também está solto por aí no trânsito!!!)

O poderoso chefão

Vogon

Claro que ele não é chefe de nada, trata-se de um aspone ou mero burocrata de plantão, que se acha O Deus, ou melhor, se acha não, TEM CERTEZA!!! Tudo com eles é mais difícil, dá mais trabalho, sem contar no arzinho de superioridade que exala deles e que você percebe no ato!

(Atenção! O sujeito acima descrito não está adstrito só à Terra... Lembram-se dos “Vogons”?)

O Bonitão da Bala Chita

Tarzan & Chita

Não adianta o cara ser feio. Ele simplesmente não se olha no espelho! E o pior: ele se acha! Como uma metralhadora, ele dispara seu “charme” para todos os lados, e não se toca que, quando você é gentil, está apenas sendo gente boa, e não dando bola! Pra completar, o “bonitão da bala Chita” (para os leigos, a bala Chita traz na embalagem uma foto da CHITA, a macaca do TARZAN) se acha um ser superior (só se for em feiúra, mas ele não sabe!), e por isso, acha que não precisa ser educado, comprimentar, tratar bem as pessoas, etc, etc.

(Atenção! O sujeito acima identificado pode ser encontrado em qualquer camada social, no trabalho, na escola, na faculdade, no clube, etc...)

O dono da rua

Além de ter aquele que se acha o dono da rua e estaciona em frente a garagem do seu prédio, pára em fila dupla ou até tripla, conversa no meio da rua com outro motorista com o carro parado e uma fila de outros automóveis atrás sem dar a mínima, o tipo “qualificado” de dono da rua que me irrita todos os dias é outro: simplesmente, ele se acha o dono de todas as vagas do quarteirão. Para isso, pega as chaves de alguns motoristas (“donos da rua” também) e estaciona os carros de tal forma que ninguém mais pode estacionar, a não ser os “mensalistas” dele...

Haja!

Ana.

Ps.: Que os machos leitores deste blog não me levem a mal! Todos os “tipos” acima vêm em 3 padrões: Barbie, Ken ou Bonequicha!

20 outubro 2006

Se é pra resumir...

Eu bem sei que os afazeres triviais do dia a dia acabam por consumir quase todo o tempo livre do qual dispomos para nos distrair. E eu, assim como muitos dos que vêem nos visitar aqui no blog, costumo passar grande parte do meu tempo livre lendo!

Apesar de passar quase o dia inteiro lendo petições, artigos, leis, notícias, etc., sempre termino um dia com um livro na mão. É um costume antigo, um ritual quase mágico que já virou rotina: não importa a hora em que eu me deite, é sagrado ler algumas páginas de um livro antes de dormir. Teimo em dizer que sem essa leitura diária eu nem conseguiria cair no sono, mas a bem da verdade, às vezes acordo de madrugada com a luz acesa e o livro na cara.

Então, voltando ao que eu estava dizendo no início do texto, às vezes nos falta tempo para nos distrair, e, para quem gosta de ler, simplesmente falta tempo para ler! Pois, para se deleitar com este singelo afazer é necessária uma certa preparação: é preciso conjugar silêncio, conforto, e, claro um exemplar de uma excelente obra literária, porque, sem esse último, o que era para ser um prazer acaba se tornando uma grande perda de tempo... Realmente, não há nada pior do que um livro ruim, mas, em compensação, também é difícil descrever as delícias que apenas um bom livro pode nos proporcionar!

O que me entristece é que existem tantos bons livros no mundo, muito mais do que eu poderei ler nessa vida, e é um grande desperdício de oportunidade eu não conseguir ler todos os livros que eu tenho vontade! Como seria bom se houvesse como resumir aqueles imensos volumes... Pensando nisso, imaginei como seria difícil a tarefa de resumir alguns dos grandes clássicos da literatura:

Guerra e Paz – Leon Tolstoi – 1340 páginas
Um rapaz não quer ir à guerra porque está apaixonado. Napoleão invade a Rússia. A mocinha casa-se com outro.

Os sofrimentos do jovem Wether – Goethe – 212 páginas
Rapaz sofre por um amor não correspondido. Não agüenta ver a sua amada noiva de outro e suicida-se.

Madame Bovary – Gustave Flaubert – 431 páginas
Um médico do interior se casa com um moça bem educada e bonita, criada num convento. Um dia eles vão a um baile da aristocracia. De volta à sua vida comum, ela entra em depressão, se endivida e arruma alguns amantes, até tudo perder a graça e ela se envenenar com arsênico.

Romeu e Julieta – Shakespeare – 223 folhas
Dois adolescentes se apaixonam, mas suas famílias são contra o romance. Um padre tem uma idéia idiota para tentar com que eles fiquem juntos, mas ambos não entendem o plano do padre e acabam se matando pensando que o outro tinha morrido.

Em busca do Tempo perdido - Marcel Proust - 1600 páginas
Um menino se entristesse profundamente por não receber um beijo da mãe antes de dormir. Quando adulto, ele come um bolinho molhado no chá e se lembra da sua infância. Ele frequenta muitas festas estranhas com gente esquisita e tudo termina num baile em que todos estão muito velhinhos.

Édipo Rei – Sófocles – 180 páginas
Rapaz mata o pai, casa com mãe e fura seus próprios olhos, tudo isso porquê ninguém prestou atenção numa profecia.

E o vento levou – Margareth Mitchell – 962 páginas
Uma garota rica e mimada apaixona-se por amigo de infância, mas não é correspondida. Ele se casa com outra. Todos ficam pobres, muitos parentes morrem. Ela se casa três vezes, e se descobre apaixonada pelo último marido quando ele não quer mais nada com ela.

***

Falem a verdade, perdeu toda a graça, não? Eu quero minhas 4.948 páginas de volta!

Bela

05 outubro 2006

UM BOM CONSELHO!

Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.
E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu também não, meu filho". Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu. Que era ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões, Denilma e Rosângela, sua concubina.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansear, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.
Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.
Autor Nizan Guanaes
Recebi esse texto de um amigo, Leandro Ribeiro, e combina perfeitamente com o momento que estou vivendo, a transição de empregos e a convivência com pessoas gananciosas que só pessam em dinheiro, querem cada dia mais e esquecem dos verdadeiros valores morais e da própria vida.
Resolvi compartilhar com vocês,
Beijos a todos,

30 setembro 2006

Será que estou certa?


Assisti ao debate entre os "presidenciáveis"(?) na 5ª à noite. Infelizmente, diga-se de passagem.
Fui no blog do D. Afonso ler o texto que a Luma falou.

Este foi o meu comentário:

"O debate foi mesmo ridículo. Aliás, estou tão desanimada com o 1º de Outubro que até hoje no final da tarde não sabia em quem ia votar, nem os números dos candidatos eu sei.
Pra vc ter uma idéia da gravidade da situação, o PT escolheu junto ao PMDB-MG para Senador pelo estado, ninguém mais, ninguém menos, que NEWTON CARDOSO!
Não dá pra ser louca ao ponto de votar no ômi pra reeleição, nem pra levar algo a sério, dá?
Tá difícil...

Mas ontem à noite gostei da Heloísa e do Cristóvam, ela deu show em todos, e ele foi muito calmo e coerente. No entanto, ambos pisaram na bola ao não atacar nem de leve o Alckmin. [...]
Céus, onde vamos parar? É Afonso, acho que o seu imposto não vai ser devolvido este ano não!!!"

E aqui em Minas, que o candidato à reeleição, que está com mais de 70% das intenções de voto em todas as pesquisas - detalhe, do PSDB - também não se dignou a comparecer ao debate?
Aliás, debate não, ENTREVISTA! Pois o candidato do PT foi o único que compareceu... Isso é que é eleição de prestígio... pffff

E a esperança do Afonso, que me levou a fazer o banner acima - que aliás foi adotado por muitos blogueiros pelo Brasil afora - de que o seu imposto pudesse ser devolvido de alguma forma, em forma de investimentos na saúde ou serviço social ou educação?

É triste, mas até ele já constatou o papel de palhaços que nós, brasileiros, estamos desempenhando no meio deste circo todo, e terminou o seu texto de hoje, com a frase:
"Infelizmente termino tendo que admitir que ela tem razão."

E eu terminou por aqui, e recomendo aos cidadãos que aqui lêem tais elucubrações as seguintes leituras:

- O Caráter Geral do Brasileiro - por Cl.Costa do Pras Cabeças;

- Ética na Política - por Yvonne do BlogGente.

"O Brasil não são os comensais do erário. Não são as ratazanas do Tesouro. Não são os mercadores do Parlamento. Não são as sanguessugas da riqueza pública. Não são os falsificadores de eleições. Não são os compradores de jornais. Não são os corruptores do sistema republicano ... O Brasil não é essa nacionalidade fria, deliqüescente, cadaverizada, que receba na testa, sem estremecer, o carimbo de uma camarilha, como a messalina recebe no braço a tatuagem do amante, ou o calceta no dorso, a flor-de-lis do verdugo".
Rui Barbosa, em 20 de Março de 1919, no Teatro Lírico, Rio de Janeiro.

Ana.

28 setembro 2006

A Propaganda é a Alma do Negócio (ou não...)

Este ano o blog está meio apolítico, confesso. Mas a cada dia que nos aproximamos das eleições, dá uma angústia maior no peito e um desespero, uma sensação de estar presa num labirinto...

Em quem votar? Sabemos em quem NÃO votar, mas sobra algum candidato que preste no final das contas?

O que é a ética, afinal, se tudo o que aprendi com os ensinamentos de meus pais e avós, no colégio, na faculdade, não passou de uma teoria muito bonita, e se o que vemos, na prática, é que a ética - pelo menos na política - simplesmente NÃO EXISTE?!

Juro que não assisti NENHUM horário político obrigatório, confesso que preferi me alienar com "enlatados americanos" na Warner e Sony, ou com documentários e entrevistas no GNT. Menos frustrante, sim.

Mas, para não dizer que não falei nada de eleições por aqui, transcrevo abaixo os 8 piores slogans de campanhas eleitorais, que recebi por e-mail (portanto não atesto a veracidade dos fatos, e nem sei quem foi o autor do texto)...

Afinal, rir é o melhor remédio, né?

Vejam o que um candidato não faz pra chamar a atenção...

- 8º lugar
Guilherme Bouças, com o slogan:
"Chega de malas, vote em Bouças"

- 7º lugar
Grito de guerra do candidato Lingüiça, lá de Cotia (SP):
"Lingüiça Neles!"

- 6º lugar
Em Descalvado (AL), tem uma candidata chamada Dinha cujo slogan é:
"Tudo Pela Dinha"

- 5º lugar
Em Carmo do Rio Claro, tem um candidato chamado Gê:
"Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Gê"

- 4º lugar
Em Hidrolândia (GO), tem um candidato chamado Pé:
"Não vote sentado, vote em Pé"

- 3º lugar
E em Piraí do Sul tem um gay chamado Lady Zu:
"Aquele que dá o que promete"

- 2º lugar
A cearense chamada Debora Soft, stripper e estrela de show de sexo explícito. Slogan:
"Vote com prazer" (E foi a vereadora mais votada de Fortaleza).

- 1º lugar
Candidato a prefeito de Aracati (CE):
"Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição"

Pfff! Sem comentários...

E vamos pro 1º de Outubro que não tem outro jeito, votar com o coração, pois a razão está difícil encontrar...


Ana.

21 setembro 2006

A Praia de Belô

(Atualizado 2ª Feira, 25/09/2006 - Resposta sobre o alimento, veja no final do texto...)

Huum... Cabo Frio? Não. Guarapari? Não. Vitória? Rio de Janeiro? Porto Seguro? Não, não, e... não.

A praia de BH é mesmo o SHOPPING CENTER. (Ou o botequim, é bem verdade, que está presente em 11 de cada 10 esquinas da capital.)

Mas uma pesquisa realizada em 6 capitais do Brasil – São Paulo, Rio, Brasília, Salvador, Porto Alegre e BH – comprovou o que já era um consenso entre a população mineira: Mineiro não vai à praia, vai ao Shopping!

Para se ter uma idéia, somos os campeões nos gastos com: compras (R$ 138,00 contra a média nacional de R$ 95,00), comida, ou seja, fast food – para mim, uma triste constatação e um péssimo gosto – (R$ 17,00 contra a média nacional de R$ 13,00), e no motivo de se ir ao shopping: PASSEIO! (26% contra a média nacional de 19%).

Bizarrices mineiras à parte, o novo Guiness Book Edição 2007 chegará às bancas em Outubro...
E não é que os nossos hermanos do sul também são muito comilões? Ganharam destaque nos quesitos ‘porcentagem diária de alimentos consumida acima das recomendações mínimas da FAO’ e ‘consumo de carne por pessoa’: 183% e 56,3 kg, respectivamente, por pessoa, por ano!!!

Bizarro, não?

Aliás, alguém aí sabe o que é BIZARRO?

O CL já explicou... Quem quiser conferir isso, e saber de mais uns recordes tão ou mais bizarros quanto esses, é só clicar AQUI.

Ah! E qual o alimento mais consumido no mundo todo? (Segundo o Guiness 2007)
Quatro chances:

a) Arroz
b) Trigo
c) Ovo
d) Banana

-->> Pensou TRIGO? Errou! OVO ou ARROZ? Também NÃO!
NINGUÉM ACERTOU!!!
O alimento mais consumido no mundo - segundo o Guiness Book 2007 - é a BANANA!!!!!
E depois falam que não somos descendentes dos MACACOS!!! ;-)

[ ]s

Ana.

19 setembro 2006

Tarde demais...

Uma das maiores tristezas da vida é descobrir, tarde demais, que uma pessoa é insubstituível na sua vida...
Às vezes nos parece que um amor é meio morno, quase sem graça, e que se acabar, tanto faz.
Uma amizade que vemos sem grandes promessas, complicada e trabalhosa, nos parece desnecessária e até mesmo condenada ao fracasso.
E assim, com o desinteresse, o descuido, o descaso, a amizade e o amor acabam mesmo!
E, só daqui a muitos anos descobrimos que nada era mais forte e raro do que aqueles sentimentos, que essas pessoas que dispensamos sem nenhuma cerimônia são na verdade pessoas especiais, incomparáveis, insubstituíveis!

Tarde demais é uma expressão cruel.
Tarde demais é uma hora morta.
Tarde demais é uma página virada.

Nunca é tarde para pedir perdão, mas pode ser tarde demais para ser perdoado.
Nunca é tarde para reconhecer um erro, mas às vezes pode ser tarde demais para corrigir o mal que já foi feito.
Nunca é tarde para dizer “sinto sua falta”, mas a nossa ausência já pode ter sido suprida por outra pessoa, e não dá mais para recuperar aquele lugarzinho que já foi nosso.

Tarde demais é um lugar perdido no tempo. Não é lá que devemos deixar florescer nossas descobertas.
BELA

15 setembro 2006

PALAVRAS, APENAS PALAVRAS

“Palavras, apenas, palavras pequenas, palavras...
Momento...
Palavra, palavras, palavras...
Ao vento...”
(Cássia Eller)
Na maior parte do tempo, a maioria das pessoas pensa que palavras são “APENAS” palavras... Mas não pensam, ou não prestam atenção no que dizem, como agem e por quê, não percebem a influência e a imensa força que as suas próprias palavras ditas, escritas ou faladas, podem ter sobre suas vidas, ou sobre as vidas daqueles que os rodeiam.

“Ex abundanctia enim cordis os loquitur” – A boca fala do que está cheio coração, já disse o antigo provérbio em latim.

Existe uma ciência chamada NEUROLINGÜÍSTICA. Alguém aí nunca ouviu falar? É um campo de estudos que se interessa de uma maneira geral pela cognição humana (o que inclui seus aspectos sócio-culturais, neuropsicológicos, afetivos, biológicos, etc.), e de maneira mais específica pela linguagem e por processos afeitos a ela.

Resumindo: as palavras ditas exprimem uma vontade, que induzem a uma ação do indivíduo, ação esta que desencadeará um determinado resultado, que por sua vez gera um sentimento (ou sobre aquele que disse, ou sobre aquele para quem foi dito), que gerará uma outra ação, etc, etc, etc... O que pode, então, se tornar um círculo vicioso, um mau hábito, ou um círculo virtuoso, que só trará benefícios ao interlocutor, e que dependerá, é claro, do teor, da carga – positiva ou negativa – que tenham essas palavras.

A cada dia que passa percebo mais o poder que as nossas palavras têm em nossa mente, em nossos sentimentos, e como elas podem afetar toda uma vida, trazer doenças, ou promover a saúde, causar deturpações neurológicas, psiquiátricas, ou levar a grandes feitos e realizações, trazer desgraça ou sucesso. Ao dizer EU NÃO CONSIGO, ou EU NÃO POSSO FAZER, lembre-se que estará programando seu cérebro a NÃO FAZER, já que ele entende como EU NÃO QUERO! Ao invés, diga POR MAIS DIFÍCIL QUE SEJA, EU VOU TENTAR, E EU VOU CONSEGUIR.

Casos concretos ao nosso redor não faltam! Basta conhecer um pouco seu amigo ou colega de trabalho e prestar mais atenção no que ele diz e faz. Querem exemplos?

- Uma pessoa que conheço que foi criada vendo o pai desmoralizar e bater na mãe, e essa mãe passou a se sentir uma incapaz, tendo tanto sofrimento psicológico com esse tipo de tratamento que desenvolveu até câncer, além de outros problemas de ordem neurológica, psicológica, etc. Enfim, esta filha tanto aprendeu errado que hoje em dia não consegue ver a mãe como uma pessoa, e acha normal tratá-la pior que a um cachorro, como também pensa ser a coisa mais normal do mundo, agora que seus pais se separaram, ser desmoralizada e maltratada fisicamente e verbalmente pelo próprio pai e pela irmã...

- Uma mãe de 5 filhos, de mal com a vida, com o marido que a traía, nervosa e deprimida, só brigava com os filhos, a ponto de falar a eles, todos os dias, que se fizessem tal e tal coisa, ela os mataria e enterraria no quintal da casa, todo dia, todo dia. Hoje, dos 05 filhos – 3 homens e 2 mulheres – já adultos, 4 estão presos por homicídio.

- Uma senhora de 80 anos com graves problemas cardíacos sofreu um enfarte. Mesmo com tudo para não operar – glicose alta, veias e artérias entupidas, idade avançada, etc – com os médicos falando que ela correria riscos demais, ela respondia que isso NÃO ACONTECERIA COM ELA, que ELA FICARIA BOA e que a CIRURGIA SERIA UM SUCESSO, pois CONFIAVA PLENAMENTE NA CAPACIDADE DOS MÉDICOS E NA SUA PLENA RECUPERAÇÃO. Hoje esta senhora já tem 85 anos e tem uma vida normal, mesmo após trocar uma válvula sua por outra de porco, e trocar parte necrosada de seu coração por parte de um coração de boi.


Moral das histórias: Vamos prestar mais atenção no que falamos e escrevemos, e até mesmo no que pensamos? Não dê desculpas para tudo, não reclame de tudo, não torne um probleminha num problemão. Não piore a sua vida. Aprenda com seus erros e com as piores situações por que passar. Qualquer situação, por pior que seja, terá um lado positivo, trará algum aprendizado.


Exercite a Pollyanna que existe em você!!! (Se nunca leu este livro, LEIA-O JÁ!!!)


Ana.