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15 setembro 2006

PALAVRAS, APENAS PALAVRAS

“Palavras, apenas, palavras pequenas, palavras...
Momento...
Palavra, palavras, palavras...
Ao vento...”
(Cássia Eller)
Na maior parte do tempo, a maioria das pessoas pensa que palavras são “APENAS” palavras... Mas não pensam, ou não prestam atenção no que dizem, como agem e por quê, não percebem a influência e a imensa força que as suas próprias palavras ditas, escritas ou faladas, podem ter sobre suas vidas, ou sobre as vidas daqueles que os rodeiam.

“Ex abundanctia enim cordis os loquitur” – A boca fala do que está cheio coração, já disse o antigo provérbio em latim.

Existe uma ciência chamada NEUROLINGÜÍSTICA. Alguém aí nunca ouviu falar? É um campo de estudos que se interessa de uma maneira geral pela cognição humana (o que inclui seus aspectos sócio-culturais, neuropsicológicos, afetivos, biológicos, etc.), e de maneira mais específica pela linguagem e por processos afeitos a ela.

Resumindo: as palavras ditas exprimem uma vontade, que induzem a uma ação do indivíduo, ação esta que desencadeará um determinado resultado, que por sua vez gera um sentimento (ou sobre aquele que disse, ou sobre aquele para quem foi dito), que gerará uma outra ação, etc, etc, etc... O que pode, então, se tornar um círculo vicioso, um mau hábito, ou um círculo virtuoso, que só trará benefícios ao interlocutor, e que dependerá, é claro, do teor, da carga – positiva ou negativa – que tenham essas palavras.

A cada dia que passa percebo mais o poder que as nossas palavras têm em nossa mente, em nossos sentimentos, e como elas podem afetar toda uma vida, trazer doenças, ou promover a saúde, causar deturpações neurológicas, psiquiátricas, ou levar a grandes feitos e realizações, trazer desgraça ou sucesso. Ao dizer EU NÃO CONSIGO, ou EU NÃO POSSO FAZER, lembre-se que estará programando seu cérebro a NÃO FAZER, já que ele entende como EU NÃO QUERO! Ao invés, diga POR MAIS DIFÍCIL QUE SEJA, EU VOU TENTAR, E EU VOU CONSEGUIR.

Casos concretos ao nosso redor não faltam! Basta conhecer um pouco seu amigo ou colega de trabalho e prestar mais atenção no que ele diz e faz. Querem exemplos?

- Uma pessoa que conheço que foi criada vendo o pai desmoralizar e bater na mãe, e essa mãe passou a se sentir uma incapaz, tendo tanto sofrimento psicológico com esse tipo de tratamento que desenvolveu até câncer, além de outros problemas de ordem neurológica, psicológica, etc. Enfim, esta filha tanto aprendeu errado que hoje em dia não consegue ver a mãe como uma pessoa, e acha normal tratá-la pior que a um cachorro, como também pensa ser a coisa mais normal do mundo, agora que seus pais se separaram, ser desmoralizada e maltratada fisicamente e verbalmente pelo próprio pai e pela irmã...

- Uma mãe de 5 filhos, de mal com a vida, com o marido que a traía, nervosa e deprimida, só brigava com os filhos, a ponto de falar a eles, todos os dias, que se fizessem tal e tal coisa, ela os mataria e enterraria no quintal da casa, todo dia, todo dia. Hoje, dos 05 filhos – 3 homens e 2 mulheres – já adultos, 4 estão presos por homicídio.

- Uma senhora de 80 anos com graves problemas cardíacos sofreu um enfarte. Mesmo com tudo para não operar – glicose alta, veias e artérias entupidas, idade avançada, etc – com os médicos falando que ela correria riscos demais, ela respondia que isso NÃO ACONTECERIA COM ELA, que ELA FICARIA BOA e que a CIRURGIA SERIA UM SUCESSO, pois CONFIAVA PLENAMENTE NA CAPACIDADE DOS MÉDICOS E NA SUA PLENA RECUPERAÇÃO. Hoje esta senhora já tem 85 anos e tem uma vida normal, mesmo após trocar uma válvula sua por outra de porco, e trocar parte necrosada de seu coração por parte de um coração de boi.


Moral das histórias: Vamos prestar mais atenção no que falamos e escrevemos, e até mesmo no que pensamos? Não dê desculpas para tudo, não reclame de tudo, não torne um probleminha num problemão. Não piore a sua vida. Aprenda com seus erros e com as piores situações por que passar. Qualquer situação, por pior que seja, terá um lado positivo, trará algum aprendizado.


Exercite a Pollyanna que existe em você!!! (Se nunca leu este livro, LEIA-O JÁ!!!)


Ana.