Eu nunca não tenho nada a dizer, mas sou bom ouvido.
Só que ouvir às vezes cansa.
Humor intalado, amor enlatado, às vezes é bom usar um abridor, girar a torneirinha e deixar fluir. Sai casca, sai sangue, sai lágrimas, sai dor...
E vai embora pelo ralo.
Escorre um beijo no canto da boca, molha o molho do tom maior, que cai na clave de sol fazendo chuá.
Toca o sino pra parar de chorar.
Dia de oração, é dia de respirar.
Homenagem aos dias que se foram, saudades dos que estão por vir.
Se chorei ou se sorri, tudo vale à pena, se a alma da pequena, inflada de poesia, flutua por aí numa nau de emoções vividas, caras partidas e braços torcidos.
E chego à conclusão: amar nunca é demais.
Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)
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