a cegueira do silêncio da noite
te nega e custa a chegar
não quer o gosto do oposto, o jeito do não
abraça o chão
inflama o vermelho, queima, dói
faz cortar
e não me fale de flores quando as dores insistem em ter razão
joga os dedos ao vento e o espera
como um alento para a cara secar
pútrido e abatido, parado e sofrido, ele chega
sem nem assoviar
derrete em carne a pele - parafina e pó-de-arroz
estanca a cicatriz com estopa de algodão-
-doce ilusão
a casca se quebra
tinge rubros cabelos e lençóis
levanta poeira e o elo liquefeito
é raro efeito
desfazendo-se em tuas mãos
com licença, é preciso sorrir
na esquina compre pílulas de felicidade
torne a dormir.
Ana
te nega e custa a chegar
não quer o gosto do oposto, o jeito do não
abraça o chão
inflama o vermelho, queima, dói
faz cortar
e não me fale de flores quando as dores insistem em ter razão
joga os dedos ao vento e o espera
como um alento para a cara secar
pútrido e abatido, parado e sofrido, ele chega
sem nem assoviar
derrete em carne a pele - parafina e pó-de-arroz
estanca a cicatriz com estopa de algodão-
-doce ilusão
a casca se quebra
tinge rubros cabelos e lençóis
levanta poeira e o elo liquefeito
é raro efeito
desfazendo-se em tuas mãos
com licença, é preciso sorrir
na esquina compre pílulas de felicidade
torne a dormir.
Ana
(Texto e foto: Ana Letícia.)
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