Me dá uma estrela, quero sorrir. Uma estrelinha só, com pó de ouro e diamantes, sorriso de pérolas e cabeça de flor pra enfeitar. Quero a minha própria, sozinha a brilhar. Um asteróide, quem sabe, com campo de futebol e rede pra brincar.
Me dá uma rosa, quero invadir. Uma rosinha só, com perfume de encanto e gotas de orvalho. Pequenas jóias de riso e marfim, espinhos carinhosos no caminho tortuoso de seres tão minúsculos quanto eu. Uma azaléia, quem sabe, com pétalas dobradas e sardinhas cor-de-rosa a lhes enfeitar.
Me dá um carneiro, com ele quero partir. Um carneirinho só, com seus pêlos de algodão, guardado numa caixinha junto a grãos de alegria pra nos alimentar. Quero sorrisos no céu, quero noites com luar, não quero pedaços, quero gente pra contar nos dedos das mãos e dos pés. Quero brincar de sonhar, sono de criança, anéis pra enfeitar.
E quando o frio partir, e quando a chuva chegar, e quando o céu se abrir, e quando o mar namorar, quero estar aqui no ventre das folhas, no cheiro de terra suada, no sorriso estelar.
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