(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
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16 janeiro 2006

História dos Pintos

Meus caros leitores,


Não se espantem! A história que vou lhes contar é a história dos PINTOS. Sim, dos pintos! Vocês não leram errado não, mentes poluídas! Estou falando dos pintos, daqueles pequenos, arredondados e amarelos... Até agora estão pensando besteira? Ok, vocês venceram, vou abrir o jogo! Pintinhos de galinha, que nascem do ovo, e fazem piu-piu...

E já vou avisando... Não me assustarei caso uns de vocês se se lembrem de casos parecidos, de um tio de um amigo da prima da sua vizinha... Mas não hesitem em compartilhar conosco suas experiências, utilizando nossos comentários!

Ok, ok, sem mais enrolação, vamos ao que interessa!
Meus irmãos, Ângelo e Léo, quando eram crianças peraltas, ganharam 02 pintinhos (filhotes de galinha, gente, por favor!) numa feira de filhotes de animais, que todo ano acontecia no estacionamento do BH Shopping. (Isto naquela época, em que ainda fazíamos fila pra assistir "E.T" ou "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" nos já extintos Center 01 ou Center 02...)

O ponto alto da tal feira para nós, crianças da década de 80, era exatamente o final - quando eram distribuídos os tais pintinhos - motivo pelo qual meus irmãos sempre passavam correndo pelo labirinto de stands da feira sem ver nada só pra pegar o "melhor pintinho"! (Nossa, meus pais passavam cada vergonha tendo de se desculpar ás vítimas que eles derrubavam no chão pelo caminho...)

Pois de tanto escolher, eis que chegamos em casa com os amigos Adolpho e Wellington, que piavam sem parar! Já chegaram com toda a pose, ganhando um "apartamento" próprio para pintos: uma caixa grande de papelão que minha mãe elaborou junto com Ângelo e Léo, andares, escadas, quartos, banheiro, etc, só para que Wellington e Adolpho se sentirem bem confortáveis. E não é que os dois só iam dormir depois que mamãe se despedia deles?


Até que o tempo passa, o tempo voa... E Adolpho e Wellington começam a querer explorar a região além muro de papelão - a nossa sala e os sofás brancos de mamãe. Já eram dois franguinhos simpáticos, brancos (suas penas antes eram amarelas), mas os meninos se recusavam a doá-los para nossa tia Ziláh, que até hoje tem um galinheiro no quintal de sua casa, no Nova Floresta. No entanto, a situação meio que fugiu do controle, e após muita conversa e negociação, a mudança de Adolpho e Wellington para a casa de Tia Ziláh se concretizou num sábado, com um almoço bem farto na casa dela, festinha de despedida para os franguinhos e uma ou outra cara fechada por parte de meus irmãos.

Um belo dia, tia Ziláh liga:
- Tenho um anúnio a fazer, não sei se vocês vão gostar muito...
- Ai meu Deus do céu! Adolpho e Wellington morreram, tia Ziláh? Perguntou minha mãe, já entrando em desespero.
- Não, não! hihihihihi É que não é Adolpho e Wellington não, Amélia, porque o Wellington é mulher! Ou melhor, o Wellington é uma galinha! Ele botou um ovo hoje de manhã!

E então Wellington virou Erundina, a namorada do Adolpho. O nome dela foi inspirado na ex-prefeita de São Paulo. Não, elas não se pareciam, e nem foi no intuito de fazer qualquer piadinha política, mesmo porque, naquela época, nem consciência política tínhamos. O nome meus irmãos gostaram e pronto!

Íamos todos os sábados na casa da Tia Ziláh para almoçarmos com ela e os meninos brincarem com Adolpho e Erundina. Até que, num sábado qualquer, após o almoço - um frango com quiabo muito gostoso que a Tia Ziláh fez - os meninos descem para o quintal... Até que Ângelo vem correndo, gritando, muito vermelho após subir os 30 degraus de cimento que levam a área de serviço ao quintal.
- Mãe! Pai! O Adolpho sumiu! Adolpho sumiu!
- Uai, eu vi ele lá hoje de manhã, Ângelo, quando fui pegar o ovo da Erundina... Ele estava aí até agorinha mesmo, você não viu não? Disse tia Ziláh, com a cara mais lavada do mundo...

Mamãe lança um olhar fulminante pra ela! Então entendemos tudo...
O frango com quiabo era galo com quiabo! Ou melhor, Adolpho com quiabo!

Houve algum choro, sim, claro, mas a barriga cheia de comida gostosa confortou os olhares lacrimosos de Ângelo e Léo.

Tia Ziláh ficou feliz porque ganhou uma galinha e não teve mais o galo cantando toda madrugada, e tentando "molestar sexualmente" suas colegas de galinheiro.

Erundina viveu bastante, botou muito, e acabou morrendo de velha.

Ângelo e Léo continaram dando nomes estranhos aos seus animais de estimação... Vide Adamastor Pitaco e cia ltda...

11/11/2005 *Juanita*

Vai entender!

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Texto inspirado na Maricota da Roma Dewey!

Becitos a todos!

Ana Letícia

Ps.: Esta semana promete! Relatos de uma "virgem no Rio", com Lu e suas impressões e aventuras sobre a cidade maravilhosa; e Dô, uma cipotanense nas "Oropa" (mais precisamente na terra da Rainha Elizabeth - Londres, U.K) prometeu um texto com notícias... Vamos ver se a promessa será cumprida!