Um Hamster Anão Russo Siberiano. Traduzindo: uma bolinha de pêlos pequena, de hábitos noturnos, típico roedor que come qualquer frutinha ou semente que vê pela frente.
Recebeu o nome de Adamastor Pitaco, em "homenagem" àquele comediante peça rara, dentuço, orelhudo, com o cabelo liso de um lado e crespo do outro, que vai em programas de auditório e canta diversas "melôs" com sua viola em riste...
Um nome tão grande para um ser tão pequenino, mas de forte personalidade, e, acima de tudo, apaixonado por sementes de girassol.
Meu irmão Ângelo, estudante de Veterinária, se apaixonou por esta raça de hamsters, que são bem menores que aqueles mais conhecidos (Hamster Sírio - tem pêlos caramelo ou branquinho), e que tivemos quando crianças (e matamos "sem-querer", tentando ensiná-los a fazer acrobacias de circo.... don´t ask).
Ganhou o Adamastor da namorada (também estudante de Veterinária), proprietária de uma gorda exemplar chamada "Juanita" (don´t ask). Segundo ela, "Adamas" (como é chamado aqui em casa), nasceu em outubro, tendo, portanto pouco mais de 02 meses de vida - praticamente um pré-adolescente para os hamsters anões Russos Siberianos.
Ele gostou bem de sua gaiolinha, com uma roda para girar, serragem, paninho para se cobrir, rolhas de ração e muitas sementes de girassol. Como possui hábitos noturnos, dorme o dia todo embaixo do paninho, mas brinca a noite toda, escalando a gaiola, roendo suas grades, comendo, correndo na sua "esteira" etc. Mamãe ficou encucada com isso, pois só via o "bicho" dormindo. Suspeitou que ele tinha depressão, que se sentia só, etc - isto porque ela só passava em frente à gaiolinha durante o dia... DÃÃÃÃ.
Hoje de manhã, quando acordei, deparei-me com mamãe, bem assustada: "Ontem à noite, aconteceu uma tragédia! O Adamastor morreu!"
- "Quê isso, mãe, morreu nada, ontem à noite, antes de dormir, eu fui lá ver e ele estava brincando até! Você sonhou!?"
- "Morreu sim, minha filha, seu pai até confirmou! Eram 3:11 h da madrugada, fui beber água na cozinha e aproveitei prá ver o Adama brincando. Encontrei-o com a carinha entre as grades da gaiola, quietinho, fora do paninho! Fiquei observando até às 3:13 h e ele nem mexeu! Chamei por ele, bati na gaiolinha e nada! Seu pai foi lá olhar, e ele confirmou prá mim que o bicho tava morto! Queria até que jogasse no lixo, mas nem eu nem ele tivemos coragem de pegar no defunto... Ai Ana, nem dormi direito! Rezei 3 TERÇOS BENTOS DE NOSSA SENHORA APARECIDA - aquele que a Néia trouxe prá mim de Aparecida do Norte - prá alma do Adamastor e pro Ângelo não ficar muito triste!"
- "Quê isso, mãe, eu não acredito, tem certeza?" Lá foi ela correndo olhar o lixo da cozinha, prá ver se alguém tinha jogado o de cujus fora. "Seu pai falou que olhou a gaiolinha hoje mais cedo e ele não estava lá! Será que o Ângelo já o enterrou? No lixo ele não está...", falou ela, muito tristinha e melancólica.
Corri até a gaiolinha, e realmente não vi o Adamastor. Acordei o Ângelo com a mórbida notícia, o coitado deu um pulo da cama e seu coração disparou. Abrimos a gaiola, levantamos o paninho, e lá estava Adamastor, vivinho da silva, balançando seus bigodinhos nos olhando, muito assustado, por tê-lo acordado de um soninho tão gostoso.
Ah... depois dessa, rimos tanto, mas tanto! A mamãe xingando, que estávamos zombando do sofrimento dela, que ela até já tinha planejado o enterro do Adamastor, em frente à árvore no jardim do prédio... Fiquei imaginando: pensa só se tivessem jogado o bichinho no lixo mesmo, de madrugada? Tadinho! E o pobre estava vivo!
Papai, depois de saber de seu equívoco - comprovando que médico não é veterinário, hehehe - ainda zombou, dizendo que a reza braba da mamãe, de madrugada, é que ressuscitou o pequeno hamster!
Depois dessa, acho que Adamastor não morre mais: tem o corpo fechado! hahahahaa
Adamastor Pitaco – 23/10/2004 *** ??/??/????
Beijos a todos,
Ana Letícia.
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05 janeiro 2005
Era uma vez....
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