Era uma vez uma família de peixes. Peixo-Pai (enérgico e observador, o mais temido surubim daquelas bandas do rio, mais conhecido como "Suru-Barão, o grande Chefão"), Peixa-Mãe (a primeira-dama), Peixe-filho (de sexualidade duvidosa, não gostava de comer os outros peixes, sonhava fazer faculdade de moda e virar personal stylist das celebridades, e desejava sair do armário em breve para assumir seu lado vegetariano perante a sociedade), Peixete-Filha (digamos assim: menina de vida leviana, só pensava em beijar na boca e ser feliz, baladas noite afora na Peichá – boate famosa do bairro – era com ela mesma!).
Um belo dia, Suru-Barão e primeira-dama resolveram viajar, para ver de perto e participar, pela primeira vez, da pororoca do Amazonas. Eles eram muito ligados a esportes radicais, sabe como? Não deu outra: Peixe-filho e Peixete resolveram dar umas voltinhas, e ir a uma festa do povinho popular da "Faculdade de Predadores Fluviais - curso só para Surubins, Jacarés-do-papo-amarelo e Cia Ltda.". Festa estranha, gente esquisita. O pessoal resolveu puxar um fumo feito de uma alga importada da Índia, e daí saíram a vagar pela imensidão do rio, para praticar uma de suas maiores diversões: correr atrás azucrinando cardumes de lambaris-catadores-de-lixo. Seus pais sempre disseram para que ficassem longe das drogas, e não andarem sozinhos à noite com gente estranha... Mas, filhos são filhos, não é? Nunca escutam o que os pais falam...
O que aconteceu? Perderam a turminha de vista na "viagem astral" causada pelo fumo, e daí avistaram objetos estranhos. Pensaram ser delírio, pois nunca tinham visto nada parecido com aquilo... Uma luz piscando, além da superfície, parecia uma segunda Lua... Barulho de tapas na água... Um enorme gancho com um peixinho nunca dantes comido... Foram chegando perto... Uma espécie de caixa feita com objetos compridos e ocos, cheios de ar, verdes e transparentes, enfileirados... Pareciam garrafas, sabe como? Mais perto... Peixete estava curiooooosa!!! Peixe-filho morrendo de dó do peixinho preso no gancho... Ficou parado... olhando... hipnotizado... olhos cheios d'água... Mó viagem, morou?
Até que... Zás! A última visão deles foi de um ser gigantesco com uma espécie de avental branco e galochas de plástico.
Voltando do passeio, excitadíssimos para contar suas aventuras para os filhotes, Peixo e Peixa não os encontraram. Na porta de entrada, um bilhete:
Um belo dia, Suru-Barão e primeira-dama resolveram viajar, para ver de perto e participar, pela primeira vez, da pororoca do Amazonas. Eles eram muito ligados a esportes radicais, sabe como? Não deu outra: Peixe-filho e Peixete resolveram dar umas voltinhas, e ir a uma festa do povinho popular da "Faculdade de Predadores Fluviais - curso só para Surubins, Jacarés-do-papo-amarelo e Cia Ltda.". Festa estranha, gente esquisita. O pessoal resolveu puxar um fumo feito de uma alga importada da Índia, e daí saíram a vagar pela imensidão do rio, para praticar uma de suas maiores diversões: correr atrás azucrinando cardumes de lambaris-catadores-de-lixo. Seus pais sempre disseram para que ficassem longe das drogas, e não andarem sozinhos à noite com gente estranha... Mas, filhos são filhos, não é? Nunca escutam o que os pais falam...
O que aconteceu? Perderam a turminha de vista na "viagem astral" causada pelo fumo, e daí avistaram objetos estranhos. Pensaram ser delírio, pois nunca tinham visto nada parecido com aquilo... Uma luz piscando, além da superfície, parecia uma segunda Lua... Barulho de tapas na água... Um enorme gancho com um peixinho nunca dantes comido... Foram chegando perto... Uma espécie de caixa feita com objetos compridos e ocos, cheios de ar, verdes e transparentes, enfileirados... Pareciam garrafas, sabe como? Mais perto... Peixete estava curiooooosa!!! Peixe-filho morrendo de dó do peixinho preso no gancho... Ficou parado... olhando... hipnotizado... olhos cheios d'água... Mó viagem, morou?
Até que... Zás! A última visão deles foi de um ser gigantesco com uma espécie de avental branco e galochas de plástico.
Voltando do passeio, excitadíssimos para contar suas aventuras para os filhotes, Peixo e Peixa não os encontraram. Na porta de entrada, um bilhete:
"Pô bicho, teus filhos estavam conosco na festinha da galera, e foram vistos pela última vez perto margem direita do rio, ao lado da Alameda das Vitórias-Régia. Não levem nada nem ninguém, apenas vão buscá-los, pois a localidade não é pra grã-fino que nem vocês, e ali tem que ficar de olho aberto, saca?"
Desesperados, Peixo e Peixa foram atrás de suas crias. Suru-Barão preocupadíssimo com Peixete, que devia estar de mini-saia e maquiagem... E ser sequëstrada com tais trajes não pegaria bem para o pai, que almejava um lugar na "Câmara do Topo da Cadeia Alimentar de Rio Azul". Já Peixa, chorava copiosamente, pensando que seu filhinho deveria estar passando fome nas mãos dos raptores, pois só ela sabia fazer alga refogada do jeito que ele gostava, al dente...
Chegando ao local do crime... BAAAAMMMM! Era uma vez uma família de peixes...
Querem saber onde foram parar???
Chegando ao local do crime... BAAAAMMMM! Era uma vez uma família de peixes...
Querem saber onde foram parar???
Perguntem à dona das fotos, ou olhem no seu álbum do flickr o resto da trajetória dos "cadáveres" da família!
Conclusão: "Nem toda história tem um desfecho feliz!"
Conclusão: "Nem toda história tem um desfecho feliz!"
ou
"Não é só peixe que morre pela boca."
Churrasco: Ângelo
Adaptação, criação, fotos do churrasco, viagem astral: Ana.
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