Eu não ia escrever sobre isto aqui hoje, estava com várias outras idéias de texto, sobre o aquecimento global (até saiu uma reportagem ótima na Veja desta semana sobre isso), a tentativa de proteção legal para o bioma cerrado (outra reportagem interessante que circulou na semana passada, no Estado de Minas), dentre outros assuntos gerais.
No entanto, dando um giro pelo Orkut, descobri um canto chamado "Mídia", que fica na barra superior da tela do seu orkut, logo após Home, Amigos, Comunidades, etc. Nunca havia entrado lá. E não é que dou de cara com um artigo, escrito por um americano, que me dei ao trabalho de traduzir para que todos vocês pudessem ter acesso ao mesmo.
Aí vai então:
Carta do Editor
Por Gavin Tachibana
No entanto, dando um giro pelo Orkut, descobri um canto chamado "Mídia", que fica na barra superior da tela do seu orkut, logo após Home, Amigos, Comunidades, etc. Nunca havia entrado lá. E não é que dou de cara com um artigo, escrito por um americano, que me dei ao trabalho de traduzir para que todos vocês pudessem ter acesso ao mesmo.
Aí vai então:
Carta do Editor
Por Gavin Tachibana
Pode até ser notícia velha para os brasileiros, mas os americanos acabaram de descobrir que há uma novela no Brasil chamada “América”.
Muitos jornais têm escrito artigos sobre a popular novela. Você pode adivinhar porque este é um tópico tão quente.
“América” conta a história de brasileiros entrando nos EUA ilegalmente, arriscando suas vidas na esperança de ter uma vida melhor, se apoiando em histórias de amor que ocorrem no meio do caminho.
Em um episódio, mostraram a protagonista, Sol, fazendo a vida como dançarina em Miami, intercalando cenas de amor dela com seu amor americano.
Os americanos parecem ficar especialmente irritados no que diz respeito sobre imigrantes ilegais. Ainda mais quando existe um programa glamorizando a entrada ilegal nos EUA, os americanos vão querer saber sobre ele, especialmente se este programa estiver apresentando algum efeito causal no país.
De acordo com números de oficias norte-americanos, o número de brasileiros sem documentação presos nos EUA este ano é 4 vezes maior que no ano de 2004. Alguns têm até falado que a novela pode ser a responsável por uma parcela deste aumento.
Não importa se a maioria dos americanos nem nunca assistiu ao programa, só de estar no ar já é notícia o suficiente.
Mas será que a novela está mesmo exercendo algum efeito nos brasileiros a ponto de fazer pessoas arriscarem suas vidas para vir para a América? Esta é a primeira questão para vocês, leitores. (Se vocês têm uma resposta, podem deixar uma mensagem na minha página de recados)
A segunda e maior crítica sobre a novela é que ela pode estar glamorizando a vida nos EUA. Aqui é realmente uma terra de riquezas e oportunidades ilimitadas?
Pode até ser, mas não sem os seus custos.
Para isso, podemos nos voltar a algumas reações sobre “América” pela internet afora.
Dêem uma olhada no site American Renaissance News (em inglês). Você poderá ter uma idéia sobre onde eles se situam frente a uma questão dessas.
Aqui está uma colocação de um indivíduo sobre uma das histórias sobre "América”.
"Eles obviamente necessitam de uma novela na qual imigrantes ilegais sufocados em um dos muitos caminhões que atravessam a fronteira, ou melhor, uma novela na qual uma bonita e jovem imigrante ilegal tem sua cabeça estourada por um calibre 5.56 logo após pisar do outro lado da fronteira."
Agora, isto quer dizer que todos os americanos pensam desta forma? É claro que não. Você pensa desta forma? Sem chance. Mas há americanos que pensam assim? Pode apostar que sim.
Nem precisa ir muito longe nos seus livros de história, ou até mesmo nas últimas notícias do jornal para saber que existem americanos prontos para matar o primeiro “forasteiro” lhe aparecer pela frente.
Vejam este próximo comentário escrito na mesma discussão. O que faz alguém escrever com tanta naturalidade sobre um racismo tão violento? É claro que a internet facilita o anonimato, mas isto parece que poderia ser facilmente dito numa conversa pública ou nos programas e noticiários da televisão americana.
"A novela os mostra tendo sucesso na América? Sucesso em quê: roubando hospitais e batendo à luz do dia em jovens brancas que ignoram seus avanços sexuais? Sucesso em produzir grandes famílias de moreninhos, crianças cabeça-de-abóbora que não sabem falar inglês? E aquele brasileiro ilegal ”bem sucedido“ que fez notícia na Inglaterra mês passado? Ele estava roubando com sucesso passeios gratuitos no metrô de Londres, até quando se viu acuado com sucesso e então atiraram em sua cabeça com 05 tiros pela polícia que estava caçando os terroristas que colocaram as bombas de destruição maciça. Se qualquer um destes brasileiros for remotamente capaz de qualquer sucesso, na sua terra-natal não haveria pobreza, corrupção, violência, desigualdade social e não seria a bagunça que é.”
Agora porque ficar reproduzindo aqui todo este lixo? Isto não é nenhuma tentativa de justificar tais pensamentos, mas meramente iluminar que este tipo de coisa não é incomum nos, digamos, campus de universidades americanas. Na realidade, eu poderia até concordar que tudo isto se encaixa no pensamento da grande maioria dos americanos, infelizmente.
Aqui está um dos últimos comentários a respeito da história sobre “América”.
"Nós temos a maior concentração destes brasileiros no norte de Nova Jersey. Eles estão também concentrados em Boston e Miami. Dificilmente seria possível dizer que eles são os piores imigrantes. Estamos falando sobre a classe média-baixa, a classe trabalhadora, não os mais pobres. Eles não estão se envolvendo em gangues ou na criminalidade. Eles mantêm suas casas muito melhor organizadas que a maioria dos hispânicos. Eles têm a inteligência para aprender profissões que exigem perícia e para conseguir terminar a escola secundária. Estão há um passo acima dos mexicanos.
Os homens geralmente trabalham na construção, e muitas das mulheres estão trabalhando como dançarinas (go-go dancers). Eles tendem ser muito escuros e medianos, com traços moderados de índios, e algumas vezes com uma leve mistura negra. Não estamos recebendo muitos dos negros, Graças a Deus. As mulheres são, em sua maioria, muito sensuais e desesperadas para arrumar um homem americano. Prevejo uma massiva miscigenação com esta raça mista de mulheres brasileiras se esta moda continuar e se os brasileiros começarem a desembarcar nas áreas mais homogêneas do país."
As linhas acima significam para os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos que haverá resistência para eles sim. Vamos rezar para que os produtores, ao fazerem um programa de tevê chamado América, não dêem um brilho extra para o lado feio desta realidade.
Aqui está uma colocação de um indivíduo sobre uma das histórias sobre "América”.
"Eles obviamente necessitam de uma novela na qual imigrantes ilegais sufocados em um dos muitos caminhões que atravessam a fronteira, ou melhor, uma novela na qual uma bonita e jovem imigrante ilegal tem sua cabeça estourada por um calibre 5.56 logo após pisar do outro lado da fronteira."
Agora, isto quer dizer que todos os americanos pensam desta forma? É claro que não. Você pensa desta forma? Sem chance. Mas há americanos que pensam assim? Pode apostar que sim.
Nem precisa ir muito longe nos seus livros de história, ou até mesmo nas últimas notícias do jornal para saber que existem americanos prontos para matar o primeiro “forasteiro” lhe aparecer pela frente.
Vejam este próximo comentário escrito na mesma discussão. O que faz alguém escrever com tanta naturalidade sobre um racismo tão violento? É claro que a internet facilita o anonimato, mas isto parece que poderia ser facilmente dito numa conversa pública ou nos programas e noticiários da televisão americana.
"A novela os mostra tendo sucesso na América? Sucesso em quê: roubando hospitais e batendo à luz do dia em jovens brancas que ignoram seus avanços sexuais? Sucesso em produzir grandes famílias de moreninhos, crianças cabeça-de-abóbora que não sabem falar inglês? E aquele brasileiro ilegal ”bem sucedido“ que fez notícia na Inglaterra mês passado? Ele estava roubando com sucesso passeios gratuitos no metrô de Londres, até quando se viu acuado com sucesso e então atiraram em sua cabeça com 05 tiros pela polícia que estava caçando os terroristas que colocaram as bombas de destruição maciça. Se qualquer um destes brasileiros for remotamente capaz de qualquer sucesso, na sua terra-natal não haveria pobreza, corrupção, violência, desigualdade social e não seria a bagunça que é.”
Agora porque ficar reproduzindo aqui todo este lixo? Isto não é nenhuma tentativa de justificar tais pensamentos, mas meramente iluminar que este tipo de coisa não é incomum nos, digamos, campus de universidades americanas. Na realidade, eu poderia até concordar que tudo isto se encaixa no pensamento da grande maioria dos americanos, infelizmente.
Aqui está um dos últimos comentários a respeito da história sobre “América”.
"Nós temos a maior concentração destes brasileiros no norte de Nova Jersey. Eles estão também concentrados em Boston e Miami. Dificilmente seria possível dizer que eles são os piores imigrantes. Estamos falando sobre a classe média-baixa, a classe trabalhadora, não os mais pobres. Eles não estão se envolvendo em gangues ou na criminalidade. Eles mantêm suas casas muito melhor organizadas que a maioria dos hispânicos. Eles têm a inteligência para aprender profissões que exigem perícia e para conseguir terminar a escola secundária. Estão há um passo acima dos mexicanos.
Os homens geralmente trabalham na construção, e muitas das mulheres estão trabalhando como dançarinas (go-go dancers). Eles tendem ser muito escuros e medianos, com traços moderados de índios, e algumas vezes com uma leve mistura negra. Não estamos recebendo muitos dos negros, Graças a Deus. As mulheres são, em sua maioria, muito sensuais e desesperadas para arrumar um homem americano. Prevejo uma massiva miscigenação com esta raça mista de mulheres brasileiras se esta moda continuar e se os brasileiros começarem a desembarcar nas áreas mais homogêneas do país."
As linhas acima significam para os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos que haverá resistência para eles sim. Vamos rezar para que os produtores, ao fazerem um programa de tevê chamado América, não dêem um brilho extra para o lado feio desta realidade.
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Preciso comentar mais alguma coisa?
Beijos a todos,
Ana Letícia
Ps.: O artigo original em inglês você lê aqui.
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Ana Letícia
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