Hoje nosso poeta está romântico... Nos presenteou com esta belíssima crônica, publicada originariamente em 2005 no seu blog. Deliciem-se!
Como Esquecer um Amor
Como esquecer um amor? Fácil, se ele não for carinhoso ou chegar, permanecer ou sair sem beijo, não der atenção ou não enviar carta perfumada. Vou esquecer um amor, se ele não tiver toques, demonstrando ter a pele como uma pétala macia e gostosa. Se não aparentar ter lembranças e nem me telefonar na hora mais estranha do mundo.
Como esquecer um grande amor? Talvez não imaginando em se deitar com ele no limiar noturno em busca de um lugarzinho para ver a lua sorrindo. Ou achar que dá até para tocá-la, assim, anestesiados pela paixão repentina, pela noite também estrelada ou pelos abraços sinceros que completam o romântico ambiente.
Como esquecer um grande amor? Talvez não imaginando em se deitar com ele no limiar noturno em busca de um lugarzinho para ver a lua sorrindo. Ou achar que dá até para tocá-la, assim, anestesiados pela paixão repentina, pela noite também estrelada ou pelos abraços sinceros que completam o romântico ambiente.
Não esquecer um amor é fazer indiferentes as grandes diferenças. É distrair do universo e se reparar pensando em estar dançando no parque, onde a única música é o assobio de um singelo e atencioso passarinho, que só está ali para testemunhar o que para muitos seria um casal de bobos dando saltos, comemorando o nada, ou como se tivessem acabado de ganhar na loteria.
Está certo, vou esquecer um grande amor já tentando deixar de escrever esta, ou tentar dormir sem travesseiro, porque o amor seria um grande conforto que lembraria do pescoço, o amigo. Também não mais irei sorrir para não recordar do sorriso, e vou fechar os olhos para não lembrar do olhar. Impossível! Se fecho os olhos a primeira coisa que poderia me aparecer seria aquele par de olhos me fitando, olhando, chamando, clamando, suplicando, torcendo para que eu fique de olhos abertos; melhor permanecer de olhos abertos.
Não esquecer um amor é contar os minutos para receber uma notícia ou até a presença desta pessoa amada e lembrada sempre. É achar os seus defeitos uma bobagem e suas qualidades as mais relevantes até então vistas ou conhecidas. É consertar um equívoco ou controvérsia com uma simples troca de palavras.
Não esquecer um amor é ver nele todo personagem cinematográfico ou achar que toda música foi feita para ele. É olhar para todos os lados e achar tudo maravilhoso. É reparar na beleza da vida e eventualmente até se esquecer dos problemas. É ficar um tempo extasiado, não reparar a conversa alheia, gostar de vento frio ou querer tomar banho na chuva, duvidar que seja verdade, excitar-se só de pensar no grande amor. Sorrir quando se deve chorar ou estar em prantos quando era para estar alegre.
Não esquecer um grande amor é bater palma para todo mundo ou se preocupar se a pessoa amada está bem ou se pelo menos ela sabe que tem alguém se preocupando com ela. É querer ser médico, dar colo, ser o ombro, ser o ouvido, tudo o que ela precisa em qualquer momento do dia e da noite. É querer ser acima de tudo companheiro. É trabalhar para chegar ao cargo máximo de companheiro, a maior promoção da vida do grande amor.
Não esquecer um amor é fazer da felicidade dele a grande responsável pela sua. Não esquecer um grande amor é difícil desde que seja fácil esquecer que ele pode ter vindo velho, novo, pobre, rico, doente, sadio, preto, branco amarelo e até verde, maduro ou não.
Eu desisto, não tem como esquecer um grande amor. Mesmo que fique a eternidade sem vê-lo ou, francamente, não ter de que esquecê-lo. Para esquecer um grande amor, o melhor mesmo seria nem pensar em arrumar um.
João Lenjob *
www.lenjob.blogspot.com
joaolenjob@yahoo.com.br
* João é poeta, mineiro, nunca esqueceu um grande amor, já arrumou outros grandes amores, outros menores também...
Está certo, vou esquecer um grande amor já tentando deixar de escrever esta, ou tentar dormir sem travesseiro, porque o amor seria um grande conforto que lembraria do pescoço, o amigo. Também não mais irei sorrir para não recordar do sorriso, e vou fechar os olhos para não lembrar do olhar. Impossível! Se fecho os olhos a primeira coisa que poderia me aparecer seria aquele par de olhos me fitando, olhando, chamando, clamando, suplicando, torcendo para que eu fique de olhos abertos; melhor permanecer de olhos abertos.
Não esquecer um amor é contar os minutos para receber uma notícia ou até a presença desta pessoa amada e lembrada sempre. É achar os seus defeitos uma bobagem e suas qualidades as mais relevantes até então vistas ou conhecidas. É consertar um equívoco ou controvérsia com uma simples troca de palavras.
Não esquecer um amor é ver nele todo personagem cinematográfico ou achar que toda música foi feita para ele. É olhar para todos os lados e achar tudo maravilhoso. É reparar na beleza da vida e eventualmente até se esquecer dos problemas. É ficar um tempo extasiado, não reparar a conversa alheia, gostar de vento frio ou querer tomar banho na chuva, duvidar que seja verdade, excitar-se só de pensar no grande amor. Sorrir quando se deve chorar ou estar em prantos quando era para estar alegre.
Não esquecer um grande amor é bater palma para todo mundo ou se preocupar se a pessoa amada está bem ou se pelo menos ela sabe que tem alguém se preocupando com ela. É querer ser médico, dar colo, ser o ombro, ser o ouvido, tudo o que ela precisa em qualquer momento do dia e da noite. É querer ser acima de tudo companheiro. É trabalhar para chegar ao cargo máximo de companheiro, a maior promoção da vida do grande amor.
Não esquecer um amor é fazer da felicidade dele a grande responsável pela sua. Não esquecer um grande amor é difícil desde que seja fácil esquecer que ele pode ter vindo velho, novo, pobre, rico, doente, sadio, preto, branco amarelo e até verde, maduro ou não.
Eu desisto, não tem como esquecer um grande amor. Mesmo que fique a eternidade sem vê-lo ou, francamente, não ter de que esquecê-lo. Para esquecer um grande amor, o melhor mesmo seria nem pensar em arrumar um.
João Lenjob *
www.lenjob.blogspot.com
joaolenjob@yahoo.com.br
* João é poeta, mineiro, nunca esqueceu um grande amor, já arrumou outros grandes amores, outros menores também...
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