(*) Burning Sky - Belo Horizonte/MG - Photo, Art: Ana.
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25 maio 2005

Coisas que só acontecem comigo

Tem coisas que só acontecem comigo, é algo assim, simplesmente, inexplicável... Sem contar a quantidade invejável de micos e situações constrangedoras que já passei, tem certos fatos que, quando eu conto, ningém acredita...
Por exemplo, perder dois ônibus no mesmo dia: isso já é situação rotineira pra mim... Parece que a "Lei de Murphy" está estampada na minha cara... Já aconteceu de 2 vezes por semana isto ocorrer comigo. Aqui em casa o acesso é meio complicado, apesar de o bairro ser súper bem localizado, próximo do Centro, e tal, a minha ladeira é que f. as coisas. Então, aqui é fisicamente impossível passar ônibus. Pra pegar o bus pra ir ao trabalho, tenho que descer a rua (1 quarteirão "ladeiresco") e andar mais 1 quarteirão (plano, a pé). Detalhe é que o ônibus só passa mais ou menos de 20 em 20 minutos, e me deixa distante do escritório mais uns 7 quarteirões... É pernas pra que te quero!!! (Pelo menos eu me mantenho em forma, obrigatoriamente).
No entanto, tem um outro ônibus que me deixa praticamente na porta do escritório, só que tenho que andar uns 08 quarteirões aqui dentro do bairro - entre descidas e subidas um tanto quanto íngremes - para chegar na tal avenida em que o dito passa. Quando estou empolgada, vou até lá, mesmo porque eu prefiro andar no meu bairro que no Barro Preto (bem mais centrão, onde fica o escritório). O problema é que ocorre freqüentemente de eu estar descendo a minha ladeira e o ônibus estar passando lá embaixo - e não dá pra descer correndo nem a pau, a não ser que eu queira chegar lá embaixo rolando. Aí é que eu penso: "tudo bem, lá na avenida passa o outro ônibus que me deixa bem na porta do escritório, e até melhor que eu faço uma caminhada". Só que ocorre de eu estar chegando na esquina da avenida e o tal estar passando lá do outro lado... E é aí que você tem que fazer uma escolha entre chegar cedo no serviço - e correr risco de vida travessando uma avenida movimentada - OU chegar uns 15 minutinhos mais tarde, mas viva, com certeza. Eu fico com a segunda opção.
O problema é que o pessoal do escritório tem uma certa resistência em aceitar isso, e já aconteceu de eu chegar lá e nem receber um "Bom dia"... Fazer o quê, né? O transporte "ridicoletivo" daqui de BH não coopera!!! E assim a gente vai levando a nossa vida...
Hoje de manhã a cena presenciada foi meio surreal... Estava eu na tal avenida, esperando o busão, quando começo a ouvir uns apitos, uma gritaria... Só me faltava essa: PROTESTO! MANIFESTAÇÃO POPULAR! ESTUDANTES! Ninguém merece... quase 09 da manhã, não era pra esse povo estar estudando??? E olha que o ponto de ônibus fica muuuuuito longe da prefeitura e tudo, uns 10 quarteirões de distância da Assembléia Legislativa, nada a ver protestarem ali, e o pior, ocupando 2 pistas e 1/2 das 3 que a avenida possui. Resultado: 25 minutos de atraso no serviço, engarrafamento daqui até lá. Agora, vai contar isso pro chefe!? Quem vai acreditar? É por isso que eu digo, tem coisas que só acontecem comigo...
Hoje a chuva não deu trégua... Desde às 14h que está chovendo, sem parar. BH quando chove é uma merda. (Desculpem o palavreado de hoje, mas como podem ver, estou "um pouco" estressada.) Parece que fica todo mundo desesperado e, ao invés de terem mais cuidado, acabam dirigindo pior que aluno de auto-escola. O trânsito fica um caos, e hoje a coisa ficou preta por ser véspera de feriado... O pobre coitado do meu irmão, todo solícito, se ofereceu pra me buscar no serviço, já que a inteligência única aqui esqueceu o guarda-chuva em casa logo no único dia da semana que resolveu chover quase o dia inteiro. Tadinho, levou uns 45 minutos pra chegar no meu trabalho, sendo que em dias e horários "normais" o tempo que gastamos é 15 minutos, no máximo. A volta foi o pior, 1 hora e meia no trânsito, que não saía do lugar. Enfim, morar na capital é isso aí: muito stress, trâsito, buzinas, pessoas irritadas. Tem dias que me dá vontade de sumir e me enfiar numa grota, num lugar onde ninguém pudesse me achar e o único barulho existente fossem os pássaros cantando e o vento batendo nas folhas das árvores. Eu só teria um problema: não poderia viver sem internet.. Então, por enquanto, fico por aqui mesmo, tentando fazer a minha vida.
Como se não bastasse o engarrafamento de arrancar os cabelos, fui chegando em casa e dou de cara com minha mãe, desesperada, com cara de enterro. Pensei logo que alguém tivesse sofrido um acidente, meu coração até disparou. Adivinhem? Esqueceu a gaiolinha do hamster aberta, acabou cochilando, e quando foi ver, ele tinha fugido (o Adamastor mesmo, aquele que ela pensou que tinha morrido, no início deste ano). O pior é que ela estava sozinha em casa, a lâmpada do quarto queimou, e ela não pega nestes bichinhos nem se pagarem! Ainda bem que ele me ouviu chegar e saiu rapidinho do esconderijo, doido pra ganhar umas sementinhas e um colinho quentinho...
Pois é, se eu contar, fica difícil de acreditar, né não?
Êta diazinho estressante, sô!



E vocês? Também têm causos pra contar?

Beijos,

Ana Letícia.