Primeiro post de 2008.
Primeiro dia de 2008.
Um ano novo que se inicia, vida nova, sonhos novos, promessas novas...
Peraí. Volta o disco.
Qual o sentido de tanto se festejar? De usar calcinha ou cueca amarela (ou vermelha), de comer uva e jogar as sementes pra trás, fazer orações aos reis magos, guardar semente de romã na carteira, pular 7 ondinhas, jogar flores no mar, soltar fogos de artifícil, estourar champagnes, beber até cair e comer até dizer chega???
Calma minha gente, nada mudou. Eu continuo a mesma (com um quilinho a mais por causa dos excessos, é claro), o mundo continua o mesmo, a roda ainda gira, e o relógio não parou. O que ocorreu foi que ontem o sol se pôs e hoje ele nasceu novamente. Igual a todos os dias. A mesma coisa.
E se o reveillon não existisse?
E se o ano, ao invés de 365 dias, tivesse 480? Ou então 200?
E se falassem que o dia tem 30 horas, e cada mês 65 dias?
Qual a diferença faria?
É claro que a vida seria diferente, mas é claro que seríamos acostumados a tal, e isto sim seria o nosso normal.
Só sei que faz bem renovar os sonhos, as metas, as promessas. É bom ter o sentido de recomeço, de mais uma chance, de um ano a mais de vida, pra consertar os erros cometidos, ou pra aprender mais um pouquinho e aí não errar mais, sei que é bom usar roupa nova e inventar receitas de ano novo, como "chá miraculoso de 7 ervas pra tirar mau olhado e chamar bons fluidos", acreditar que a calcinha amarela trará dinheiro, e que a cor vermelha na roupa chamará o amor, comer lentilhas, uvas, romãs, ver os fogos, beber champagne, molhar os pés na água gelada da praia, abraçar os queridos, lembrar dos ausentes ou dos que se foram, desejar coisas boas.
É isso. A vida deveria ser assim sempre. Todos os dias deveriam ser comemorados e as esperanças serem realimentadas a cada nascer do sol. E só deveríamos desejar coisas boas aos outros, e lembrar dos amigos sempre, e encontrar com a família, e abraçar quem a gente gosta quando bem quiséssmos, sem esperar nada em troca, sem ter nenhuma data especial, nada.
Ter serenidade para fazer escolhas, maturidade para aceitar os erros, receber críticas, criticar sem desconstruir, ter a criatividade infantil e a sabedoria de um idoso, lutar pelos sonhos, fazê-los acontecer. Viver um dia de cada vez, com calma e temperança. Planejar, conversar, amenizar, pagar dívidas (não fazer outras), gastar menos, abraçar mais, falar mais vezes eu te amo, e ouvir mais vezes também.
Taí. Estas são minhas promessas de ano novo.
Ana.
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