– Calma, aí. Quem foi que disse que eu quero te namorar, te prender, te amarrar? Tem que me conhecer primeiro, curtir, ver se gosta de verdade. Namoro pra mim é coisa séria, não é pra passar o tempo, por comodismo, só pra estar com alguém. E nada impede que sejamos amigos como sempre fomos, que saiamos juntos. Nada impede que a gente fique junto de vez em quando, que você me beije como sempre fez, que me olhe como sempre olhou. Sem este medo no olhar. Sem achar que eu sou uma vampira que quer te caçar e te levar pra sempre do mundo dos mortais. As coisas não são assim. Eu não sou assim. Visto a máscara de mulher fatal, mas não passo de uma chapeuzinho-vermelho assustada, com medo do lobo-mau. Com medo do bosque escuro, do caminho tortuoso e dos barulhos do além.
– Calma aí. Quem foi que disse que eu fujo de você? Não fujo nunca. Ouviu bem? Nunca. Mas você tem que me entender, por favor, me compreenda. Tenho que pensar ainda. Mas eu gosto de você. Gosto muito. E confio em você, demais da conta. Eu sei que não é vampira, sei bem o que pode fazer e que pode me fazer feliz. É rara, é iluminada, é especial. Sinto-me lisonjeado só de te conhecer, só por ser minha amiga, entre outras coisas, claro. Mas não sei ainda como agir, o que fazer, como fazer.
– É, não sabe mesmo. E eu só sei que está fazendo tudo errado.
– Calma aí. Quem foi que disse que eu fujo de você? Não fujo nunca. Ouviu bem? Nunca. Mas você tem que me entender, por favor, me compreenda. Tenho que pensar ainda. Mas eu gosto de você. Gosto muito. E confio em você, demais da conta. Eu sei que não é vampira, sei bem o que pode fazer e que pode me fazer feliz. É rara, é iluminada, é especial. Sinto-me lisonjeado só de te conhecer, só por ser minha amiga, entre outras coisas, claro. Mas não sei ainda como agir, o que fazer, como fazer.
– É, não sabe mesmo. E eu só sei que está fazendo tudo errado.
(E então ela virou as costas, fechou a porta e saiu pro mundo, para nunca mais voltar.)
Ana.
(Texto e foto.)
Ana.
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